Sofia Branco, Santiago do Chile, in Público Última Hora
A Presidente do Chile deu início à XVII Cimeira Ibero-Americana com um apelo claro. O encontro não pode ficar-se pelas palavras, são necessários "resultados, metas, prazos e estratégias", principalmente para a América Latina, "a região mais desigual do planeta".
Michelle Bachelet, a anfitriã da reunião de dois dias dos chefes de Estado e de Governo ibero-americanos, reconheceu que os líderes políticos não têm sido capazes de “dar respostas eficazes aos desafios sociais”. Daí a importância do tema-chapéu da cimeira: a coesão social.
A Presidente chilena pediu aos seus homólogos "passos concretos para renovar o pacto social" e políticas públicas que sejam "capazes de garantir, e não só de proclamar, o acesso das pessoas aos serviços sociais". Passos concretos como o convénio da segurança social, que permitirá a "milhões de trabalhadores não perderem o esforço de muitos anos de trabalho". Ou ainda avançar através da "partilha de experiências", para um "sistema de proteccao das crianças", que tenha como foco a redução da mortalidade infantil, um dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio das Nações Unidas. A Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib) deverá dispor de um fundo para o desenvolvimento da infância. Michele Bachelet lembrou ainda a necessidade de promover o intercâmbio entre estudantes no espaco ibero-americano, baseado "no mérito e não na classe social".
A chefe de Estado chilena referiu ainda que é preciso integrar a "dimensão de género em todas as políticas públicas" e impulsionar a igualdade de oportunidades entre mulheres e homens.
É preciso, insistiu Bachelet, mostrar que as cimeiras ibero-americanas são "instrumentos eficazes para melhorar a vida das pessoas".