3.2.09

Norte com 173 gabinetes de apoio ao emprego

Lucília Tiago, in Jornal de Notícias

Região, que tem 44% dos desempregados do país, vai receber metade das novas estruturas de apoio ao emprego


O Norte vai acolher quase metade dos 400 novos gabinetes de apoio ao emprego. As medidas anticíclicas reforçam ainda o acompanhamento aos desempregados que estejam prestes a perder o subsídio.

A elevada taxa de desemprego no Norte do país - onde estão registados 44,2% dos 416 mil desempregados contabilizados em Dezembro - é o principal motivo para que nesta região fiquem instalados 173 dos 400 gabinetes de inserção profissional (GIP), que podem começar a ser criados a partir de amanhã.

Promover a formação profissional para desempregados, dar apoio na procura activa de emprego, divulgar ofertas de emprego e fazer o controlo das apresentações periódicas dos beneficiários do subsídio de desemprego são algumas das funções doss GIP que podem funcionar em autarquias, associações sindicais e empresariais ou IPSS. Os concursos para a sua criação arrancam amanhã e, tal como referiu, ontem, o ministro do Trabalho, estes GIP (que vão substituir as 290 unidades de inserção activa) vão permitir "aliviar os 88 centros de emprego, deixando-os mais libertos para a prossecução das suas tarefas mais centrais". A seguir ao Norte, a região de Lisboa acolherá o maior número de gabinetes, com 118, seguindo-se o Centro (60), Alentejo (34) e Algarve (15).

Os GIP inserem-se no pacote de políticas activas de emprego expressamente criadas para 2009 com o intuito de minimizar os efeitos da crise, tendo Vieira da Silva avançado, ontem, com mais uma medida - cuja regulamentação ainda não foi publicada, ao contrário do que sucede com as outras - que passa pelo reforço do acompanhamento dos desempregados que estejam a quatro meses de perder o subsídio de desemprego ou social de desempregado.

Na prática, este reforço fará com que aqueles desempregados tenham uma intervenção individualizada e mais direccionada por parte dos serviços públicos que tentarão colocá-los num emprego, encontrar-lhes uma oferta de formação, um estágio ou sinalizá-los para os serviços de Segurança Social (para posterior acompanhamento e atribuição do rendimento social de inserção).

Os "alvos" principais deste reforço serão os desempregados já com vários anos de subsídio, com fracos rendimentos e baixa qualificação. O governante não avançou, no entanto, com estimativas sobre o número de pessoas que poderão ser abrangidas, admitindo que não seja alto, uma vez que as estatísticas mostram que metade dos beneficiários do subsídio de desemprego consegue voltar ao mercado de trabalho nos primeiros seis meses.

Outra medida que está ainda a ser trabalhada entre o Ministério e as instituições de Ensino Superior é a que prevê a realização de formação e estágios profissionais para cursos superiores com fracas taxas de empregabilidade. O objectivo é dar a estes recém-licenciados formação em áreas onde seja mais fácil encontrar emprego, sublinhou o secretário de Estado Fernando Medina.