Margarida Gomes, in Jornal Público
O presidente da Câmara de Gaia conta com o Instituto de Emprego e Formação Profissional e com as PME para lançar políticas sociais de combate ao desemprego
Luís Filipe Menezes quer criar mil postos de trabalhos nos próximos meses em Vila Nova de Gaia. A proposta que contempla esta medida, denominada Gaia Mais Solidária, vai ser apresentada na próxima reunião do executivo, sendo posteriormente protocolada entre o município, o Centro de Emprego de Gaia e as pequenas e médias empresas (PME) instaladas no concelho.
Menezes mostrou-se orgulhoso com o facto de o concelho ter registado nos últimos três anos um decréscimo da taxa de desemprego, uma medida que decorre o facto de a câmara ter captado investimento em número muito significativo no sector do comércio (El Corte Inglês), na área dos serviços (com novas unidades hospitalares) ou com as novas unidades ligadas ao sistema educativo.
Mas Menezes não quer ficar por aqui. "Sentimo-nos obrigados a ir mais longe e, apesar de termos bons resultados na contenção da evolução deste fenómeno, decidimos pegar nos instrumentos que o Governo colocou de ataque à crise, criando uma dinâmica pró-emprego contra a corrente", salientou.
Acompanhado do vice-presidente da Câmara de Gaia, Marco António Costa, e do vereador do Desporto, Segurança e Protecção Civil, José Guilherme Aguiar, o edil revelou que o projecto Gaia Mais Solidária, com a validade de um ano, vai custar aos cofres do município 880 mil euros. Revelou também que a proposta prevê duas modalidades: uma ligada ao sector público, com a contratação de 350 pessoas para jardins-de-infância e associações sociais e culturais, e uma segunda que envolve as PME, facultando estágios a 650 candidatos. "Mil postos de trabalho é o mínimo e o máximo que podemos fazer na perspectiva das políticas sociais pró-activas", considerou. Para Menezes, "a divulgação maciça desta iniciativa pioneira a nível nacional (...) servirá de exemplo para outros municípios, bem como de alavanca e impulso à adesão dos diversos agentes económicos locais".
Confrontado pelos jornalistas a revelar de onde pretende buscar verbas para suportar estes encargos, Menezes esclareceu que serão retiradas da rubrica da rede viária. Quanto aos dados revelados pelo Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, que colocam o concelho de Gaia em quatro lugar na lista quanto à liquidez negativa (com 29 milhões de euros), Menezes declarou que se trata de uma "fotocópia em relação ao ano passado". "A Câmara de Gaia tem uma dívida contida e muita obra feita. Estamos satisfeitos com a nossa gestão", concluiu o autarca.
880
mil euros é o valor que a Câmara de Gaia prevê gastar com a criação de um milhar de empregos no concelho