16.4.09

Pobreza atinge 300 mil crianças em Portugal

Patrícia Susano Ferreira, in Destak.pt

A pobreza atingia em 2006 um em cada cinco portugueses, num total de dois milhões, revela um estudo da autoria de Nuno Alves, do Banco de Portugal. Lusos que investem na educação têm retorno no mercado de trabalho, garante especialista do Banco de Portugal.

Um estudo do Banco de Portugal - publicado no Boletim da Primavera - concluiu que, em 2006, Portugal tinha 2 milhões de pobres, sendo 300 mil crianças. Mais de metade desses indivíduos, com um rendimento mensal inferior a 382 euros, tinham entre 15 e 64 anos.

O mesmo estudo acrescenta que as classes particularmente vulneráveis à situação de pobreza são as famílias em que pelo menos um adulto está desempregado, idosos com baixos níveis de educação, famílias compostas só com um adulto solteiro que não traba-lha e que tem filhos e famílias numerosas em que pelo menos um adulto não trabalha.

Segundo o autor da investigação, Nuno Alves, os dados provam que «existem elevados níveis de retorno da educação no mercado de traba-lho em Portugal», pois 40% dos indivíduos com mais de 14 anos sem percurso escolar estavam nesta categoria.

Para o futuro, o especialista prevê que o aumento da taxa de desemprego seja o principal factor a pesar no aumento da pobreza em Portugal.

Ministro garante mais apoios

O Governo poderá vir a refor-çar as medidas de apoio aos sectores mais afectados pela crise mediante «as capacidades», admitiu ontem o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social. Vieira da Silva acrescentou que o Estado está a apoiar as empresas para que elas não procedam a despedimentos, impedindo, dessa forma, o crescimento do desemprego. «É esse o caminho a seguir.»

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Cavaco preocupado com futuro do País

«Os números revelados pelo Banco de Portugal não podiam ser mais negativos e por isso todos nós estamos preocupados», lamentou Cavaco Silva, no início da 5.ª jornada do Roteiro para a Ciência, dedicado à Matemática. O Presidente da República confessou que os números «muito dificilmente» podiam ser diferentes, «porque dependemos muito dos modelos internacionais e as exportações caíram 14%». Cavaco considerou ainda surpreendente a queda acentuada do investimento.