in Jornal de Notícias
Se a falta de trabalho atinge, genericamente, todo o país, uma zona em concreto destaca-se pela gravidade do aumento do desemprego: o Algarve.
De um ano para o outro, dos 16 concelhos do distrito algarvio, o desemprego aumento em 12. E em quatro - Loulé, Lagos, Vila Real de Santo António e Albufeira - o número de pessoas inscritas nos centros de emprego mais do que duplicou.
Vítor Neto, presidente da Associação Empresarial do Algarve, ilustra o problema com um dado: neste semestre, o aeroporto de Faro recebeu menos entre 100 a 120 mil turistas do que nos primeiros seis meses do ano passado. Se cada um passasse cinco dias no Sul, estariam perdidas 600 mil pernoitas. A ausência de turistas ingleses ou alemães foi parcialmente compensada pelo aumento do número de portugueses, mas o tipo de turismo é diferente, diz Vítor Neto, desde logo porque são mais frequentes pequenas estadias e não férias grandes.
Mas, tal como no resto da economia portuguesa, a crise do turismo no Algarve não resulta da recessão mundial, já vem de trás. Todos os anos, entram em Portugal perto de 12 milhões de turistas, número que não tem aumentado nos últimos anos.