Hugo Silva, in Jornal de Notícias
Um terreno junto ao mercado do Castelo da Maia vai ser transformado num horta municipal, cujos talhões serão entregues a famílias carenciadas do concelho.
Os produtos cultivados naquelas parcelas poderão ser vendidos por quem os cultiva, para reforçar o rendimento familiar.
O projecto "Horta de Subsistência" foi aprovada, ontem à tarde, em reunião da Câmara da Maia. Trata-se de uma evolução do programa "Horta à Porta", desenvolvido em parceria com a Lipor. Neste âmbito, existem já 10 hortas em funcionamento, sendo que três estão situadas no concelho maiato: Crestins (74 talhões), Maia (14 talhões) e Quinta da Gruta (66 talhões). Este projecto não permite, contudo, que os produtos sejam vendidos, destinam-se exclusivamente para o consumo de quem cultiva os terrenos.
"Face à nova realidade social de maior desemprego e dificuldades económicas acrescidas para algumas famílias, surgiu a intenção de criar uma horta com um fundo social, denominada Horta de Subsistência, com o objectivo específico de reforçar o rendimento familiar através da possibilidade de vendas dos produtos produzidos (situação não permitida no projecto Horta à Porta)", explica a proposta aprovada, ontem à tarde, pelo Executivo.
O regulamento da Horta de Subsistência estipula que só podem ser candidatos a integrar o projecto residentes no concelho da Maia que tenham um rendimento familiar anual até 20 mil euros ou que tenham três ou mais filhos ao seu encargo. O texto especifica, também, que os produtos poderão ser vendidos numa banca comum, no mercado do Castelo da Maia.
Quanto à horta e aos respectivos talhões, "a Lipor abarcará todos os custos referentes à construção das estruturas necessárias". A empresa intermunicipal já fez saber que está disponível para iniciar os trabalhos "de imediato". Caso se avance a curto prazo, prevê-se que a horta possa estar pronta em Setembro. Os participantes terão acesso a um ponto de água comum, adubo biológico e a um local de armazenamento de alfaias agrícolas.