30.11.09

Lançou um repto político às gentes do Norte, para que se organizem. Isso é mais fácil de conseguir com ou sem regionalização?

in Jornal de Notícias

Lançou um repto político às gentes do Norte, para que se organizem. Isso é mais fácil de conseguir com ou sem regionalização?

A regionalização é, ou pode ser, na nossa sociedade um factor favorecedor das dinâmicas de desenvolvimento económico e social.

Então, por que é que este Governo ameaça atirá-la para 2013?

Creio que o adequado modelo de regionalização poderá ter esse efeito. Mas também acredito que ele só poderá ter esse efeito se reunir o consenso social e político necessário para que se transforme não num factor de perturbação e divisão, mas de progresso e desenvolvimento.

Se entende que a regionalização pode ser um instrumento relevante para impulsionar as regiões, por que é que o Governo não toma a iniciativa de a colocar a debate?

O debate da regionalização nunca esteve ausente da nossa vida política, é permanente.

Repete-se nos programas de Governo, mas não na sua acção política...

Temos que ver a conjuntura que estamos a viver.

É por causa da crise económica que o debate não se faz?

Não é por causa da crise económica. A crise económica obriga-nos a um conjunto de prioridades.

E regionalizar não é uma delas?

O debate sobre a regionalização tem que ser profundo e mobilizador. Há mudanças estruturais que exigem um forte empenho e um alargado consenso. O Governo anterior fez um caminho no sentido de, não avançando para a regionalização, porque ela necessita de referendo (ninguém está a ver que ela não passe por aí…), dar um conjunto de passos no sentido de favorecer uma maior estabilidade do novo quadro administrativo territorial. Quando o debate surgir, veremos.

Há condições nesta legislatura de se fazer esse debate?

Não tenho a convicção disso. Vai depender de como evoluir a nossa situação económica, as prioridades do país e o debate político. O processo de uma regionalização ganhadora não pode correr o risco de ser derrotado outra vez. Há batalhas para as quais se tem que ir, não digo com a certeza de ganhar, porque isso nunca se tem, mas com mais garantias de que estamos a dar um passo que é compreendido e aceite.