18.11.09

Relatório mostra como evolução populacional e papel da mulher podem influenciar

in Diário de Notícias

As mudanças climáticas são também uma questão de dinâmica populacional, pobreza e equidade entre os géneros, além da eficiência energética ou controlo de emissões industriais, mostra a edição de 2009 do Relatório sobre a Situação da População Mundial.

O relatório, com o subtítulo "Enfrentando um mundo em transição: mulheres, população e clima", que é hoje apresentado, em Lisboa, defende que acordos e políticas nacionais sobre alterações climáticas "têm mais probabilidade de ser bem sucedidos a longo prazo, se tiverem em conta a dinâmica populacional, as relações de género, o bem-estar das mulheres e o acesso das mesmas a serviços e oportunidades".

"Ao adoptar uma abordagem mais ampla e mais matizada à mudança do clima - que inclui os factores género e população -, os governos do mundo e, com efeito, a sociedade civil e nós mesmos, nas Nações Unidas, daremos uma contribuição valiosa para a Conferência de Copenhaga", sustenta Thoraya Ahmed Obaid, Directora Executiva da UNFPA.

O relatório aponta, assim, algumas questões que, na análise deste organismo das Nações Unidas, deveriam ter estado nas discussões que precederam Copenhaga, para além das responsabilidades dos países por limitar o crescimento das emissões de gases de efeito estufa e por financiar esforços para mudança para fontes de energia mais limpas.

Igualmente importantes, sustenta, são as questões sobre como a mudança do clima afectará mulheres, homens e crianças e em cada nação, além de como o comportamento individual pode comprometer ou contribuir para o esforço global.

Um crescimento populacional mais lento, por exemplo, ajudaria a aumentar a capacidade de resistência das sociedades aos impactos das alterações climáticas e contribuiria para reduzir as emissões dos gases com efeito de estufa, afirma o relatório "The State of World Population" 2009.

O relatório mostra também que as mulheres têm o poder de se mobilizar contra a mudança do clima, mas esse potencial sé pode ser realizado mediante políticas que lhes dêem poder para tal.

Abordando assuntos como os efeitos para a saúde, a migração ou mais abrangentemente a importância nos objectivos de desenvolvimento do milénio, o relatório alerta que se a "atenuação imediata" das emissões mundiais de gases com efeito de estufa é necessária a "atenuação a longo prazo" é igualmente necessária a deve preocupar os dirigentes