in Jornal de Notícias
A população residente em Portugal cresceu 0,09 por cento, o que representa uma situação de quase estagnação.
Os dados são do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos a 2008.
Segundo o Anuário Estatístico Regional, a população residente em território nacional foi estimada em mais de 10,6 milhões de habitantes, com Lisboa e Algarve a registar algum crescimento (0,86 por cento e 0,39 por cento, respectivamente). Em oposição, o Alentejo e o Centro foram as duas únicas zonas a mostrar um decréscimo populacional.
O documento revela ainda que, em termos infra-regionais, regista-se o aumento da população nas zonas do litoral, sobretudo em Sesimbra, Alcochete e Mafra, que apresentam um valor acima dos três por cento. As migrações internas e internacionais são as razões invocadas no documento para justificar este crescimento.
O decréscimo populacional, por outro lado, foi generalizado nos municípios do interior, devido "a resultados negativos da taxa de crescimento natural", como refere o anuário.
A taxa bruta de nupcialidade situou-se nos 4,1 por cento, o que representou uma diminuição face aos 4,4 por cento registados em 2007. Esta tendência ocorreu por quase todo o país, com excepção da Região Autónoma dos Açores e o Norte, que apresentam as únicas taxas de casamentos superiores à média nacional.
No que respeita à Educação, no ano lectivo 2007/08 a taxa de pré-escolarização foi de 79,9 por cento revelando, assim, uma tendência de crescimento já registada ao longo dos últimos 17 anos. Vila Velha de Ródão, Penamacor e Porto são os concelhos que atingiram os níveis mais elevados, com taxas a ultrapassar os 130 por cento. Segundo o relatório, esta taxa pode significar que alunos de outros concelhos são matriculados em municípios com taxas de atracção elevada em termos de população empregada.
O estudo adianta também que a taxa de retenção e desistência do ensino básico, no ano lectivo de 2007/2008, foi de 7,9 por cento, "o que representa uma redução significativa relativamente aos 10,1 por cento verificados no ano lectivo anterior". Em termos territoriais, os valores mais elevados situam-se a sul do país, nas sub-regiões Alentejo Litoral, Península de Setúbal e Algarve, e em alguns municípios do Interior Centro e Norte.
Na "radiografia territorial" realizada pelo INE é ainda abordada a subida de 3,4 por cento da capacidade de alojamento por habitante, com os acréscimos a serem mais expressivos no Norte (6,6 por cento), na Região Autónoma da Madeira (4,2 por cento) e no Centro (3,7 por cento).
Ainda no âmbito do turismo, os cidadãos estrangeiros correspondiam a mais de metade (53 por cento) dos hóspedes em estabelecimentos hoteleiros nacionais, em particular nos municípios do Litoral continental e na da ilha da Madeira. No Algarve, quase todos as autarquias receberam turistas estrangeiros, o mesmo acontecendo com o concelho de Ourém, situação que se explica pela proximidade ao Santuário de Fátima.
Os níveis de criminalidade registados em território nacional foram também objecto de análise, com o INE a referenciar a existência de 400 mil crimes só em 2007, o que representou um decréscimo inferior a um por cento relativamente ao ano anterior, e uma taxa de criminalidade na ordem dos 37,7 por cento.
O Algarve foi a região que registou a maior taxa de criminalidade em 2007 (65,5 por cento), além se ter verificado uma maior incidência do número de crimes por habitante nos municípios mais urbanos, como Lisboa (79 por cento), Porto (68 por cento) e Ponta Delgada (65 por cento). As taxas mais baixas registaram-se nos municípios do interior das regiões Centro e Alentejo, e ainda em algumas zonas dos Açores.