Cáritas mobiliza Dez Milhões de Estrelas contra a crise

Por António Marujo, in Jornal Público

A Cáritas Portuguesa mobilizará todos os recursos que serão angariados pela campanha Dez Milhões de Estrelas para apoiar as famílias e os portugueses que estão a enfrentar dificuldades. Ao contrário do que tem sucedido nos últimos anos, em que uma parte da verba recolhida era destinada a projectos em países em vias de desenvolvimento, este ano todo o dinheiro será destinado a enfrentar as dificuldades em Portugal.

"Há vários programas, como o País Solidário, mas precisamos de mobilizar todos os recursos disponíveis para ajudar as famílias em crise e os desempregados", disse ontem ao PÚBLICO o presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca.

Este responsável estará esta manhã na apresentação, em Lisboa, da campanha Dez Milhões de Estrelas de 2009. A iniciativa, promovida a nível internacional e que é liderada em Portugal pela Cáritas, pretende "intensificar a reflexão sobre a justiça e a solidariedade para a construção da paz", aproveitando o tempo de Natal. "As pessoas estão abertas nesta época" a acções deste género, justifica Eugénio Fonseca.

Uma das concretizações da campanha é a venda de pequenas velas, que contribuem para a recolha dos fundos que depois são utilizados nos projectos de apoio da Cáritas. Em 2008, foram vendidas cerca de 160 mil velas, este ano o objectivo é chegar pelo menos às 200 mil. Por outro lado, as 20 Cáritas diocesanas promovem localmente um programa paralelo com diversas iniciativas.

Como gesto simbólico, a Cáritas apela também às pessoas que compram a vela que a coloquem à janela na noite de Natal. "É uma forma de manifestar a consciência de que há pessoas que se interessam pela situação dos outros", diz o presidente da Cáritas.

No ano passado, a parte da verba que era destinada para fora foi enviada para a República Centro-Africana. Concretamente, para projectos desenvolvidos pelos Missionários Combonianos junto de uma tribo de pigmeus daquele país.

Os projectos, na área da educação e da saúde, incluem escolas e postos médicos. O dinheiro recolhido - quase 30 mil euros - serviu para comprar medicamentos e material escolar, bem como para requalificar escolas e apoiar a formação de professores.