2.12.14

Apenas 33% dos portugueses estão a poupar para a reforma

por Ana Margarida Pinheiro, in Diário de Notícias

Um trabalhador por conta de outrem com 30 anos e um salário bruto mensal de 1000 euros terá de poupar 90 euros todos os meses para manter o nível de vida.

Um trabalhador por conta de outrem com 30 anos e um salário bruto mensal de 1000 euros terá de poupar 90 euros todos os meses com uma rentabilidade de 4% para poder manter o atual nível de vida quando se reformar. A simulação é feita pela plataforma aminhapensão, criada pelo BBVA para sensibilizar os portugueses relativamente às reformas.

São precisamente os aspectos económicos relacionados com manutenção do nível de vida, poder de compra ou valor da pensão, que mais levam os portugueses a preocuparem-se com a reforma. No entanto, de acordo com uma sondagem realizada pelo Instituto BBVA de Pensões, apenas 33% dos portugueses estão a poupar para a reforma, apesar de 89% entender que esta é uma necessidade para o futuro.

A sondagem de 2014, realizada durante o mês de setembro, confirma o que no ano passado já tinha sido registado: os portugueses ainda estão pouco motivados para os temas relacionados com a reforma futura e as frequentes mudanças legislativas só têm agravado a desorientação de quem ainda trabalha. O estudo do BBVA mostra que apenas 66% dos inquiridos, num universo de 1049 entrevistados, se preocupa bastante ou muito com a sua reforma futura, enquanto 22% diz preocupar-se pouco ou nada com este tema.

No que toca à informação que dizem ter sobre esta matéria, os portugueses também se mostram confusos e pouco informados. De 1 a 5, a média de informação fixou-se em 2,4 e se 33% dizem estar "algo informados", 20% admitem estar "nada informados" sobre o tema da reforma. Além disso, quanto mais jovens menos informados estes trabalhadores parecem estar.

O problema é que quando questionados sobre se querem estar mais informados, apenas 41% diz que sim, enquanto 29% declararam um desinteresse total ou quase total.

A sondagem mostra também que a idade média para poupar situa-se hoje nos 28 anos, o que contrasta com a realidade dos países nórdicos que começam a guardar para a reforma assim que ingressam no mercado de trabalho. Mesmo assim, face ao trabalho realizado há um ano, esta idade média caiu.

Em todo o caso, um terço das famílias portuguesas (284 lares) admite que consegue poupar, sendo que esta capacidade aumenta consoante a classe social. E destas, o valor médio assinalado é de 207,1 euros por mês. Já o nível de poupança médio é de 18,4%.