in Jornal de Notícias
O sector da distribuição moderna quer fazer parte da Concertação Social, adiantou o presidente da Associação das Empresas de Distribuição (APED), Luís Vieira e Silva, na abertura do 3.º Fórum do Comércio Moderno, que termina, hoje, em Lisboa. Na visão do presidente da APED, um sector que investe mais de 300 mil milhões de euros e cria seis mil postos de trabalho, por ano, "tem de ter presença e representatividade nos fóruns de decisão política e económica".
Em resposta a essa pretensão, o secretário de Estado do Comércio, Serviços, Fernando Serrasqueiro, explicou que "85% das vendas do comércio não estão representadas na Concertação Social e 15% estão", e admitiu que "a representatividade do sector pode estar distorcida". Fernando Serrasqueiro salientou, ainda, que há dificuldades inerentes por existir um associativismo fragmentado, com 130 associações na área comercial, e defendeu a necessidade de se fazer um esforço para chegar a consenso.
Actualmente, o parceiro social que representa o comércio na Concertação Social (sobretudo o tradicional) é a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP). Para Luís Vieira e Silva, não é viável a "convergência" com a CCP, que diz ter "uma atitude conservadora", salientando que as duas entidades têm "posições contraditórias" em vários assuntos.
À margem do Fórum, que ontem contou com Al Gore para falar do seu filme "Verdade Inconveniente", o secretário de Estado do Comércio adiantou que, nos últimos três anos, foram recusados 348 pedidos de licenças comerciais, na âmbito da nova lei de licenciamento comercial, de Março de 2004. Ao todo, o Governo recebeu 2180 candidaturas e autorizou a abertura de mil novas unidades comerciais. Das licenças concedidas, 496 são do retalho não alimentar, 482 do alimentar, 21 para conjuntos comercias e uma para comércio grossista.