2.3.07

Secretário-geral da ONU equipara perigo das alterações climáticas à guerra

in Público on line

As alterações climáticas representam um perigo para o mundo semelhante ao da guerra, afirmou hoje o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. Para o responsável, o sobre-aquecimento deve ser o centro das negociações dos líderes mundiais.

Ban pretende levar a crise climática à reunião do G8, o grupo das oito nações industrializadas, constituído por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido, Estados Unidos e Rússia.

"Nas próximas décadas, as alterações ao nosso ambiente e os efeitos das secas, as inundações de zonas costeiras, passando pela perda de solos aráveis, deverão tornar-se uma fonte de guerra e de conflitos", disse Ban numa conferência internacional sobre clima, que decorreu na sede da ONU. O secretário-geral defendeu que as alterações climáticas devem ser prioritárias e que a ONU é o palco natural para resolver o problema.

As Nações Unidas estão a preparar uma conferência sobre a convenção da ONU sobre alterações climáticas, prevista para Dezembro, em Bali, na Indonésia.

Ban disse ainda que o sucesso do documentário "Uma Verdade Inconveniente", do antigo vice-Presidente norte-americano Al Gore, mostrou que "mesmo entre o público mais vasto, as alterações climáticas deixaram de ser uma questão inconveniente: são uma realidade inevitável".

"O mundo precisa de um sistema mais coerente de governação ambiental internacional", disse Ban.

No mês passado, o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), constituído por 2500 cientistas de mais de 130 países, acusou as actividades humanas pelo sobre-aquecimento e previu mais secas, vagas de calor e um aumento do nível do mar, efeitos que poderão continuar a fazer-se sentir por mais de mil anos.

No melhor dos cenários, as temperaturas do planeta deverão subir entre 1,8 a 4 graus durante este século."Infelizmente a minha geração tem sido descuidada e não tem tratado do nosso planeta, mas espero que este comportamento esteja, finalmente, a mudar", concluiu Ban.