Reis Pinto, in Jornal de Notícias
Socialistas querem retomar o apoio social à população carenciada
O s presidentes (socialistas) das quatro juntas de freguesia do Centro Histórico do Porto, anunciaram, ontem, a criação da Associação para a Promoção Social do Centro Histórico do Porto. Trata-se de uma Instituição Particular de Solidariedade Social que visa substituir-se à extinta Fundação para o Desenvolvimento da Zona Histórica do Porto (FDZHP) no que ao apoio social diz respeito.
A nova instituição, que aguarda por financiamento para iniciar a actividade, surge como resposta "à falta de empenhamento da coligação de Direita que, com a conivência da CDU, asfixiou financeiramente a Fundação e o CRUARB", referiu, ontem, Renato Sampaio, presidente da Federação Distrital do Porto do PS.
Renato Sampaio, que considerou a extinção da Fundação um "erro político grave", considerou que a Câmara do Porto "ainda não encontrou os instrumentos necessários para apoiar a requalificação do Centro Histórico ".
Os autarcas socialistas das quatro juntas do Centro Histórico (Vitória, S. Nicolau, Miragaia e Sé) sublinharam tratar-se de uma "iniciativa individual", a que as autarquias se poderão associar.
"Já estamos a fazer diligências para que a associação comece a funcionar o mais rapidamente possível, sendo certo que não obteremos o apoio da Câmara do Porto. As carências continuam a ser muitas e as juntas cada vez têm menos dinheiro. Espero que o Governo canalize agora as verbas necessárias para iniciarmos o nosso trabalho", confessou Fernando Oliveira, presidente da Junta de Freguesia da Vitória.
Orlando Soares Gaspar, presidente da Comissão Política Concelhia do PS/Porto, recordou que a CDU "votou, na altura, contra a criação da FDZHP".
"Não ficámos agarrados ao passado e estamos mais preocupados com o futuro. Daí procurarmos caminhos alternativos para o apoio social à população do Centro Histórico", concluiu Orlando Soares Gaspar.
A Fundação para o Desenvolvimento da Zona Histórica do Porto (FDZHP) foi criada, em 1990, pelo então presidente da Câmara, Fernando Gomes.
Em Julho passado, o Conselho Geral da Fundação havia aprovado a extinção, sobre proposta do Centro Distrital da Segurança Social, da Câmara do Porto, do Instituto de Emprego e Formação Profissional e da União das Instituições Particulares de Solidariedade Social (entidades fundadoras). O último passo para a extinção foi dado na última Assembleia Municipal, que decorreu no início deste mês.
Aquele orgão municipal aprovou o fim daquele organismo apenas com os votos contrários da CDU. O deputado muncipal Gustavo Pimenta, do PS, afirmou, na ocasião, "ser contra a ideia da extinção" e que a Fundação ficou "ferida de morte" quando a Câmara do Porto lhe retirou o financiamento. António Neto, da CDU, recordou que "foi ímpar a sua actividade de apoio ao centro histórico".