Maus tratos vitimam 3500 crianças por ano
alfredo cunha
Alexandra Marques*, in Jornal de Notícias
Mais de 20 mil crianças morrem todos os anos nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), das quais 3500 são vítimas de maus tratos. Além dos maus tratos, os acidentes de viação, afogamento, quedas, incêndios e envenenamentos são as principais causas de morte na infância.
Portugal registou, em 2006, mais de 200 crianças vítimas de agressões físicas ou psicológicas e não integra o grupo de cinco dos 21 países-membros da OCDE (Espanha, Grécia, Itália, Irlanda e Noruega) com as mais baixas taxas de mortalidade infantil por maus tratos.
Estes são os dados do relatório do Centro de Pesquisa Innocenti do UNICEF, em Florença, ontem apresentado na reunião do grupo permanente intergovernamental "Europe de l'Enfance", no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia (UE).
O documento revela que as taxas mais baixas de pobreza (inferiores a 5%) foram conseguidas na Escandinávia Suécia, Noruega, Finlândia e Dinamarca.
Em nove países - todos no Norte da Europa - houve um decréscimo das taxas de pobreza infantil relativa abaixo dos 10%, enquanto Portugal, Espanha e Itália registam uma taxa acima dos 15% a par dos EUA, Reino Unido e Irlanda.
Quanto ao bem-estar educativo, a Bélgica e o Canadá lideram a tabela, enquanto quatro países do Sul europeu - Grécia, Itália, Espanha e Portugal - ocupam os quatro últimos lugares. A Noruega e a Dinamarca surgem, nesta tabela, em 18.º e 19.º lugares respectivamente.
Em 18 dos 21 países analisados, mais de 40% das crianças na Suíça, Áustria e Portugal disseram já ter sido vítimas de 'bullying' e apenas cerca de 15% na Suécia e na República Checa.
Menos de 15% afirmaram ter- -se embriagado em duas ou mais ocasiões. Na Holanda, são mais de um quarto e no Reino Unido perto de um terço. Na Grécia são 6%, e na Alemanha 16%, os adolescentes dos 11 aos 15 anos que admitem ter fumado pelo menos uma vez por semana.
Sobre o consumo de cannabis, menos de 5% dos adolescentes gregos desta faixa etária o admitem perante mais de 35% no Reino Unido, na Suíça e no Canadá.
* com Lusa