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Portugal é o primeiro país europeu e o segundo no mundo a lançar uma Bolsa de Valores Sociais.
A ideia é financiar iniciativas de luta conta a pobreza e a exclusão. A solidariedade e satisfação da ajuda prestada aos mais carenciados são a moeda de troca para os investidores.
Inspirando-se no exemplo brasileiro, o projecto, apresentado hoje em Lisboa, é apoiado pela Euronext Lisboa e pelas fundações Gulbenkian e EDP.
Miguel Ataíde Marques, presidente da Euronext de Lisboa, explica que esta iniciativa tem por base os princípios das bolsas de valores. Neste caso, colocar doadores em contacto com instituições de solidariedade social.
Para estarem cotadas nesta Bolsa, as empresas têm que dar garantias de idoneidade e transparência e quem nela investe colhe um “dividendo social, que se mede naquilo que é a inclusão e diminuição das desigualdades”, diz Ataíde Marques.
No primeiro dia de financiamento, a Bolsa de Valores Sociais tem quatro empresas cotadas. Uma delas é o Centro de Desenvolvimento Diferenças, vocacionado para apoiar crianças com trissomia 21.
A associação encomendou uma série de peças de design geneticamente modificadas e agora, explica Miguel Paiva, responsável do Centro, há que arranjar maneira de as comercializar.
O investimento foi de 100 mil euros, com acções à venda a partir de agora. Os títulos podem ser empresas ou particulares. Dez euros é a cotação mínima e tudo o que é gasto regressa às instituições sob a forma de benefício fiscal.