in Jornal de Notícias
A presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome disse, esta segunda-feira, que a campanha do fim de semana, e na qual foram recolhidas 2325 toneladas de alimentos, representa um decréscimo de 15% face a dezembro de 2013.
Em declarações à agência Lusa, Isabel Jonet justificou contudo que esse decréscimo em relação à campanha de dezembro de 2013 (quando foram recolhidas 2767 toneladas) se deve ao desvio das doações para campanhas através da Internet e vales de supermercado e gasolineiras, que continuam até domingo, e por isso, ainda não estão contabilizadas.
"Os produtos recolhidos em saco no supermercado registaram uma quebra de 15% em relação à campanha de Natal de 2013, muito embora, em nosso entender, hoje as campanhas são em três modalidades que se complementam e completam. Acaba por haver um desvio das doações", realçou Isabel Jonet.
De acordo com a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, trata-se de pessoas que habitualmente doavam em produtos e agora optam pelo vale, que representa já 15% daquilo que é doado nas campanhas.
A responsável do banco alimentar adiantou, em comunicado, que os géneros alimentares recolhidos serão distribuídos, a partir da próxima semana, a 2400 instituições de solidariedade social, que os entregam a cerca de 425 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas.
Esta campanha ficou marcada pela introdução de sacos de papel, mais amigos do ambiente do que os tradicionais sacos de plástico, embora recicláveis.
Até ao próximo domingo será também possível contribuir para a campanha através da "Ajuda Vale", que tem como lema "uma ajuda que não pesa mas vale", pedindo um vale com um código de barras específico para poder doar produtos nas caixas dos supermercados ou gasolineiras (BP e CEPSA).
A campanha, com o lema "Mais solidariedade num contexto de dificuldade", realizou-se numa altura em que os Bancos Alimentares têm mais pedidos de ajuda e menos produtos não perecíveis para entregar, o que está associado a menos doações da indústria agroalimentar.
"Aquilo que se verificou nos últimos tempos foi um grande acréscimo de produtos perecíveis, nomeadamente hortofrutícolas resultantes das medidas de gestão de crise que a Comissão Europeia adotou em virtude do embargo da Rússia às exportações da União Europeia", explicou Isabel Jonet em declarações à agência Lusa no sábado.
No ano passado, foram entregues 23811 toneladas de alimentos (com o valor estimado de 33935 milhões de euros), numa média diária de 95 toneladas por dia útil.