Miguel Dantas, in Público
Grupo foi responsável pela agressão a imigrante nepalês em Olhão. Jovens com idades entre os 14 e os 16 anos.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) lançou, esta segunda-feira, uma operação que visa a detenção dos jovens que agrediram um imigrante nepalês em Olhão. Em conferência de imprensa, o superintendente Dário Prates confirmou a detenção de "três dos jovens mais activos do grupo". Até ao momento, foi possível à PSP identificar 11 jovens, oito rapazes e três raparigas, todos com idades compreendidas entre os 14 e os 16 anos.
As imagens das agressões a um imigrante nepalês, amplamente partilhadas nas redes sociais, causaram uma onda de indignação – que cresceu quando foi conhecido que este grupo de jovens está ligado a, pelo menos, outros oito casos de violência.
A vítima, há três meses em Portugal, teria acabado de sair do seu primeiro dia de trabalho em Olhão e estaria a caminho de casa, acompanhado por um colega. Os atacantes derrubaram-no com pontapés, espancaram-no e agrediram-no com um pau. Estas cenas de violência não são caso isolado para este grupo, confirma a polícia.
"Foi possível relacionar o grupo com oito ocorrências: cinco por roubos e três de agressões, só no mês de Janeiro", adianta o responsável. A actuação do grupo passava pela identificação de "vítimas especialmente vulneráveis", com as comunicações a serem feitas através de um grupo do Instagram. "Existem também motivações que se prendem com a sua afirmação nas ruas de Olhão", reitera, confirmando que existiu um "aumento do sentimento de insegurança" resultante destes ataques.
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, já tinha adiantado que as autoridades tinham procedido à identificação de alguns dos suspeitos pelas agressões. O responsável disse ainda que se tratou de uma "agressão bárbara", um “comportamento inadmissível e inaceitável” por parte dos suspeitos que deve ser “exemplarmente punido”.
Após serem divulgadas as imagens, o presidente da Câmara Municipal de Olhão, António Pina, pediu a rápida acção das autoridades, temendo casos de "justiça popular".
A PSP analisou mais de 20 mil horas de vídeo, bem como centenas de horas de imagens captadas pelos circuitos de videovigilância na cidade de Olhão.
Texto actualizado às 13h26 com detalhes fornecidos pela PSP