14.2.23

Bruxelas sobe previsão de crescimento económico para 1%, mas otimismo é menor que o do Governo

Susana Frexes, in Expresso

Bruxelas revê em alta a previsão do crescimento económico português: aponta agora para 1% em 2023. Já a inflação continua alta, mas deverá abrandar ao longo do ano, estimando-se que fique nos 5,4%. Comissão acredita que recessão técnica foi evitada na UE

As estimativas da Comissão Europeia são agora mais otimistas do que em novembro. No global, Bruxelas acredita que a União Europeia e a Zona Euro vão evitar a recessão técnica e sobe ligeiramente as previsões de crescimento. No caso português, o país poderá crescer 1% em 2023, ligeiramente acima da média da Zona Euro (0,9%). Ainda assim o valor fica abaixo da previsão de 1,3% que o Governo incluiu no Orçamento do Estado para este ano e do crescimento de 6,7% registado em 2022.

"No conjunto de 2023, prevê-se que o crescimento abrande para 1%. Apesar da recente queda nos preços da energia por grosso e da melhoria do sentimento económico, as perspetivas de crescimento para o primeiro trimestre do ano continuam fracas, uma vez que os consumidores e as empresas ainda enfrentam incertezas sobre os custos da energia nos meses de inverno", pode ler-se no relatório dos técnicos europeus.

As estimativas da Comissão Europeia são agora mais otimistas do que em novembro. No global, Bruxelas acredita que a União Europeia e a Zona Euro vão evitar a recessão técnica e sobe ligeiramente as previsões de crescimento. No caso português, o país poderá crescer 1% em 2023, ligeiramente acima da média da Zona Euro (0,9%). Ainda assim o valor fica abaixo da previsão de 1,3% que o Governo incluiu no Orçamento do Estado para este ano e do crescimento de 6,7% registado em 2022.

"No conjunto de 2023, prevê-se que o crescimento abrande para 1%. Apesar da recente queda nos preços da energia por grosso e da melhoria do sentimento económico, as perspetivas de crescimento para o primeiro trimestre do ano continuam fracas, uma vez que os consumidores e as empresas ainda enfrentam incertezas sobre os custos da energia nos meses de inverno", pode ler-se no relatório dos técnicos europeus.

Porém, estimam também "que o crescimento melhore um pouco no segundo trimestre de 2023 e que continue a crescer a partir daí, atingindo uma taxa anual de 1,8% em 2024, tendo como pano de fundo uma procura externa mais forte e preços de mercadorias mais favoráveis".

A previsão de crescimento do PIB português para 2024 é ligeiramente mais otimista do que era há apenas três meses. Os técnicos apontam para 1,8% (contra 1,7% em novembro), acima da média de 1,5% da Zona Euro.

Já a inflação deverá descer de 8,1% no ano passado para os 5,4% este ano (em novembro, Bruxelas estimava 5,8%). Um valor que ainda assim continua a ser elevado e que só em 2024 deverá descer para os 2,6% (contra 2,3% estimados em novembro), um valor que ainda assim continua acima dos 2% de referência.

“Prevê-se que a inflação abrande ainda mais durante o período de previsão, em consonância com a correção em baixa dos preços da energia e com a evolução assumida nos mercados de matérias-primas. As fortes chuvas na Península Ibérica durante os últimos meses deverão também apoiar a trajetória desinflacionista tanto nos mercados energéticos como alimentares, invertendo parcialmente os efeitos negativos da grave seca que afetou o país até setembro de 2022”, pode ler-se no documento.

A Comissão nota que “o aumento do nível de água nas albufeiras parece já estar a contribuir para uma descida significativa nos preços grossistas da eletricidade no mercado ibérico”, mas ressalva que “as pressões dos aumentos salariais deverão manter os preços dos serviços e a inflação relativamente elevados”.

Questionado sobre se a Comissão irá prolongar a vigência do mecanismo ibérico no mercado de eletricidade (Portugal e Espanha já o solicitaram), o comissário europeu para a economia, Paolo Gentiloni, não esclareceu, mas referiu que “o mecanismo ibérico provou ser um contributo muito útil”, acrescentando que “algumas circunstâncias portuguesas também contribuíram para reduzir a inflação, em particular o reforço das albufeiras, que era uma questão em aberto até há algumas semanas”.



Gentiloni também abordou as diferentes estimativas para a economia portuguesa. “Se comparar a nossa previsão com a do Banco de Portugal, pode observar um maior otimismo do Banco de Portugal sobre o crescimento em 2023 e menos otimismo do Banco de Portugal sobre a inflação. A nossa estimativa é mais favorável sobre a inflação do que a do Banco de Portugal, e menos favorável em termos de crescimento”, afirmou o comussário europeu, jusitificando-o com o facto de a estimativa da Comissão ter em atenção o crescimento e dados do quarto trimestre e da inflação, que está gradualmente a recuar.

UE EVITA RECESSÃO E INFLAÇÃO JÁ ATINGIU PICO

As previsões de inverno sobem a perspetiva de crescimento em 2023 para 0,8% na UE e 0,9% na zona do euro. Nos dois casos, deverá ser evitada a recessão técnica que a Comissão temia em novembro. "Apesar de choques adversos excecionais, a economia da UE evitou a contração no quarto trimestre projetada na Previsão do Outono", pode ler-se em comunicado.

A previsão também baixa ligeiramente as projeções de inflação tanto para 2023 como para 2024. "As perspetivas melhoram graças a uma maior resiliência", justifica o executivo comunitário, sublinhando que o pico de inflação foi atingido em 2022.

As estimativas da Comissão Europeia são agora mais otimistas do que em novembro. No global, Bruxelas acredita que a União Europeia e a Zona Euro vão evitar a recessão técnica e sobe ligeiramente as previsões de crescimento. No caso português, o país poderá crescer 1% em 2023, ligeiramente acima da média da Zona Euro (0,9%). Ainda assim o valor fica abaixo da previsão de 1,3% que o Governo incluiu no Orçamento do Estado para este ano e do crescimento de 6,7% registado em 2022.

"No conjunto de 2023, prevê-se que o crescimento abrande para 1%. Apesar da recente queda nos preços da energia por grosso e da melhoria do sentimento económico, as perspetivas de crescimento para o primeiro trimestre do ano continuam fracas, uma vez que os consumidores e as empresas ainda enfrentam incertezas sobre os custos da energia nos meses de inverno", pode ler-se no relatório dos técnicos europeus.

Porém, estimam também "que o crescimento melhore um pouco no segundo trimestre de 2023 e que continue a crescer a partir daí, atingindo uma taxa anual de 1,8% em 2024, tendo como pano de fundo uma procura externa mais forte e preços de mercadorias mais favoráveis".

A previsão de crescimento do PIB português para 2024 é ligeiramente mais otimista do que era há apenas três meses. Os técnicos apontam para 1,8% (contra 1,7% em novembro), acima da média de 1,5% da Zona Euro.

Já a inflação deverá descer de 8,1% no ano passado para os 5,4% este ano (em novembro, Bruxelas estimava 5,8%). Um valor que ainda assim continua a ser elevado e que só em 2024 deverá descer para os 2,6% (contra 2,3% estimados em novembro), um valor que ainda assim continua acima dos 2% de referência.

“Prevê-se que a inflação abrande ainda mais durante o período de previsão, em consonância com a correção em baixa dos preços da energia e com a evolução assumida nos mercados de matérias-primas. As fortes chuvas na Península Ibérica durante os últimos meses deverão também apoiar a trajetória desinflacionista tanto nos mercados energéticos como alimentares, invertendo parcialmente os efeitos negativos da grave seca que afetou o país até setembro de 2022”, pode ler-se no documento.

A Comissão nota que “o aumento do nível de água nas albufeiras parece já estar a contribuir para uma descida significativa nos preços grossistas da eletricidade no mercado ibérico”, mas ressalva que “as pressões dos aumentos salariais deverão manter os preços dos serviços e a inflação relativamente elevados”.

Questionado sobre se a Comissão irá prolongar a vigência do mecanismo ibérico no mercado de eletricidade (Portugal e Espanha já o solicitaram), o comissário europeu para a economia, Paolo Gentiloni, não esclareceu, mas referiu que “o mecanismo ibérico provou ser um contributo muito útil”, acrescentando que “algumas circunstâncias portuguesas também contribuíram para reduzir a inflação, em particular o reforço das albufeiras, que era uma questão em aberto até há algumas semanas”.

Gentiloni também abordou as diferentes estimativas para a economia portuguesa. “Se comparar a nossa previsão com a do Banco de Portugal, pode observar um maior otimismo do Banco de Portugal sobre o crescimento em 2023 e menos otimismo do Banco de Portugal sobre a inflação. A nossa estimativa é mais favorável sobre a inflação do que a do Banco de Portugal, e menos favorável em termos de crescimento”, afirmou o comussário europeu, jusitificando-o com o facto de a estimativa da Comissão ter em atenção o crescimento e dados do quarto trimestre e da inflação, que está gradualmente a recuar.

UE EVITA RECESSÃO E INFLAÇÃO JÁ ATINGIU PICO

As previsões de inverno sobem a perspetiva de crescimento em 2023 para 0,8% na UE e 0,9% na zona do euro. Nos dois casos, deverá ser evitada a recessão técnica que a Comissão temia em novembro. "Apesar de choques adversos excecionais, a economia da UE evitou a contração no quarto trimestre projetada na Previsão do Outono", pode ler-se em comunicado.

A previsão também baixa ligeiramente as projeções de inflação tanto para 2023 como para 2024. "As perspetivas melhoram graças a uma maior resiliência", justifica o executivo comunitário, sublinhando que o pico de inflação foi atingido em 2022.

No entanto, "melhor do que esperado não significa que é bom", avisa o Comissário para a Economia. Paolo Gentiloni surge mais otimista, mas alerta para os riscos da incerteza económica que, sendo agora “mais equilibrados”, continuam a existir.

As previsões de inverno são conhecidas a poucas horas de mais uma reunião de ministros das Finanças da Zona Euro, que deverão também olhar para as novas estimativas da Comissão.