Por Lusa, in DN
Em relação a 2021, a taxa de desemprego aumentou apenas na Área Metropolitana de Lisboa (0,4 pontos percentuais), tendo diminuído nas restantes seis regiões do país, das quais se destaca o decréscimo na região do Algarve (2,5 pontos percentuais).
A taxa de desemprego fixou-se em 6,0%, em 2022, uma descida de 0,6 pontos percentuais em relação ao ano anterior, e foi de 6,5% no quarto trimestre, segundo dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
"[Em 2022] a taxa de desemprego foi de 6,0% e a taxa de subutilização do trabalho foi de 11,4%, tendo ambas diminuído em relação a 2021 (0,6 pontos percentuais e 1,1 pontos percentuais, respetivamente)", refere o INE, que hoje publicou os dados do emprego referentes ao quarto trimestre e à totalidade do ano de 2022.
Relativamente aos jovens (16 aos 24 anos), a taxa de desemprego situou-se em 19,0%, menos 4,4 pontos percentuais do que no ano anterior.
No ano passado, a média anual da população empregada foi 4.908,7 mil pessoas, tendo aumentado 2,0% em relação a 2021.
Já a população desempregada, estimada em 313,9 mil pessoas, diminuiu 7,3% (24,9 mil) em relação ao ano anterior, mas a proporção de desempregados de longa duração foi estimada em 45,2%, mais 1,8 pontos percentuais do que em 2021, sendo que 63,7% dos desempregados de longa duração se encontravam nesta situação há 24 ou mais meses.
Para a variação anual da população desempregada contribuíram, principalmente, os decréscimos nos seguintes segmentos populacionais: homens (17,2 mil; 10,6%); pessoas dos 16 aos 24 anos (12,3 mil; 16,0%); com ensino superior (13,3 mil; 14,4%) ou ensino secundário ou pós-secundário (12,7 mil; 10,2%); à procura de novo emprego (25,4 mil; 8,6%); e desempregadas há menos de 12 meses (19,8 mil; 10,3%).
No ano de 2022, a taxa de desemprego da Região Autónoma dos Açores igualou a média nacional (6,0%), enquanto as taxas da Área Metropolitana de Lisboa (7,2%) e da Região Autónoma da Madeira (7,0%) ficaram acima daquele limiar e as taxas da região Norte (5,9%), Algarve (5,7%), Centro (5,1%) e Alentejo (4,8%) abaixo.
Em relação a 2021, a taxa de desemprego aumentou apenas na Área Metropolitana de Lisboa (0,4 pontos percentuais), tendo diminuído nas restantes seis regiões do país, das quais se destaca o decréscimo na região do Algarve (2,5 pontos percentuais).
Em relação ao quarto trimestre de 2022, a taxa de desemprego foi estimada em 6,5%, o que reflete uma subida de 0,7 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e de 0,2 pontos percentuais em relação ao quarto trimestre do ano anterior.
Em outubro, novembro e dezembro do ano passado, a população empregada (4.902,9 mil pessoas) diminuiu 0,5% (26,2 mil) em relação ao trimestre anterior e aumentou 0,5% (23,9 mil) face ao trimestre homólogo.
Já a população desempregada, estimada em 342,7 mil pessoas, aumentou 12,1% (36,9 mil) em relação ao trimestre anterior e 3,7% (12,1 mil) relativamente ao período homólogo de 2020.
Nos últimos três meses do ano, a subutilização do trabalho -- que agrega a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego, mas não disponíveis e os inativos disponíveis, mas que não procuram emprego -- abrangeu 633,1 mil pessoas, tendo aumentado 5,0% (30,0 mil) em relação ao trimestre anterior e 0,5% (3,0 mil) relativamente ao mesmo trimestre do ano anterior.
Quanto à taxa de subutilização do trabalho, estimada em 11,7%, aumentou 0,5 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e manteve-se inalterada em comparação com o homólogo.
Por fim, a população inativa com 16 e mais anos (3.571,9 mil pessoas) diminuiu 0,1% (3,5 mil) em relação ao trimestre anterior e 1,1% (40,2 mil) relativamente ao homólogo.
Secretário de Estado do Trabalho: Taxa de desemprego de 6,0% em 2022 é "valor histórico" e "animador"
O secretário de Estado do Trabalho considerou "particularmente animadores" os números do emprego divulgados pelo INE, destacando que a taxa de desemprego de 6,0% em 2022 "é um valor histórico", que valida o "esforço" feito durante a pandemia.
"É com bastante satisfação que olhamos para estes números, que são particularmente animadores. São números que nos dão confiança para encararmos o momento que estamos a viver, uma vez que estes 6,0% que agora se consolidou como a taxa [de desemprego] de 2022 é um valor histórico. Desde 2002 que não tínhamos uma taxa anual do desemprego consolidada nesta ordem de grandeza e isso, obviamente, dá-nos confiança", afirmou Miguel Fontes em declarações à agência Lusa.
"E é bom, agora que já muitos se esquecem disso, lembrar esse facto. Foi por via de uma política pública que mobilizou muitos meios para manter e preservar o emprego que conseguimos fechar o ano de 2022 com estes dados. Estamos já com níveis pré-pandemia, mas isso deveu-se, seguramente, também ao facto de termos feito um esforço tão grande enquanto sociedade, enquanto país, para salvaguardarmos e preservarmos o emprego durante os anos da pandemia", enfatizou.
Ainda assim, o secretário de Estado garante que o Governo olha para estes dados "com a devida prudência, sem qualquer espécie de triunfalismo e com a atenção que a situação económica e social merece, sempre acompanhando e monitorizando a evolução do desemprego".
"É verdade que, neste quarto trimestre, houve uma ligeira subida relativamente aos anteriores, mas também que, lendo as séries longas do desemprego, é um trimestre onde isso sempre acontece. Ou seja, depois de termos tido a questão da sazonalidade anteriormente, há sempre uma trajetória neste trimestre que é normal e, portanto, está em linha com aquilo que historicamente acontece", afirmou.
Miguel Fontes destaca ainda como "relevante" o facto de a população empregada jovem "crescer de forma tão significativa" -- "São mais 41 mil jovens, no grupo dos 16 aos 24 anos, que estão a trabalhar face ao ano passado", salienta -- assim como a existência de "mais 556 mil pessoas com contratos sem termo do que, por exemplo, face a 2015.
"É um número em absoluto bastante impressionante, ultrapassa o meio milhão de pessoas neste espaço de tempo, mas ainda é mais impressionante quando verificamos que o crescimento do número de trabalhadores com contrato sem termo foi superior, mesmo, ao crescimento total do emprego, que foi de mais 527 mil pessoas neste período", concluiu.
"[Em 2022] a taxa de desemprego foi de 6,0% e a taxa de subutilização do trabalho foi de 11,4%, tendo ambas diminuído em relação a 2021 (0,6 pontos percentuais e 1,1 pontos percentuais, respetivamente)", refere.