Lisboa e Fundão estão separados por mais de 200 quilómetros, e por quase 3000 euros no valor do metro quadrado, segundo os dados do INE divulgados esta quarta-feira. Veja onde as casas valem mais e onde valem menos
Em junho, o valor mediano com que os bancos avaliaram as casas em Portugal atingiu um novo recorde, de 1518 euros por metro quadrado (m2), mais oito euros que em maio, segundo os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Lisboa leva o ‘ouro’: é o município onde as casas são avaliadas com o valor mais alto. Já o Fundão está na ponta oposta da tabela.
O valor mediano das avaliações bancárias da habitação registado em junho representa um aumento de 7,9% face a junho de 2022 e uma subida de 0,5% face ao mês anterior.
Por tipo de alojamento continua a ser nos apartamentos que se encontra o valor mais alto por metro quadrado (1692 euros, mais 8,3% que no mês homólogo). Já as moradias foram avaliadas em 1173 euros por m2, mais 4,5% que em junho do ano passado.
Desde pelo menos 2011, quando a série do INE começou, que o m2 dos apartamentos tem um valor superior ao das moradias - o que não significa que os apartamentos sejam mais caros: o preço unitário de cada imóvel dependerá da respetiva área, e as moradias, na sua maioria, têm um tamanho superior.
De recordar que o valor mediano das avaliações está também dependente do número de avaliações bancárias feitas pelos bancos às casas dos portugueses e, no mês em análise, o número de avaliações diminuiu em relação ao mês anterior. Foram feitas cerca de 23 mil avaliações, menos 1,4% que em maio e menos 21,3% que junho do ano passado.
O PRIMEIRO LUGAR DE LISBOA
Lisboa continua a ser, de longe, o concelho onde as casas são avaliadas com o valor mediano mais elevado: 3708 euros por m2, mais 46 euros que em maio e mais 279 euros que em junho. A capital tem uma diferença de mais de 700 euros para Cascais (2957 euros por m2) e uma diferença de mais de 1500 euros para o último entre os 10 concelhos onde as casas valem mais, Loures (2161).
Neste ranking, metade dos concelhos pertence à AML. Além dos três já mencionados, encontram-se também Odivelas e Oeiras.
Do Algarve há quatro municípios, sendo Lagos aquele que tem o valor mais elevado da região (2571 euros por m2). Além de ser o concelho algarvio com o valor do m2 mais elevado, foi também o concelho do país em que o m2 mais se valorizou desde junho de 2022, tendo registado um acréscimo de 518 euros.
Face a maio, a maior subida do valor do m2 foi verificada em Tavira (mais 213 euros), também um dos concelhos mais caros.
Além dos já referidos, todos os outros municípios presentes neste ‘top 10’ viram o valor mediano da avaliação bancária subir face ao mês anterior e face a junho de 2022.
E se analisarmos todos os concelhos para quais há dados disponíveis (118 dos 308 municípios portugueses), verifica-se que o valor mediano com que os bancos avaliaram as casas caiu em 37 municípios, ficou igual em cinco e subiu nos restantes, quando comparado com o mês anterior. Já face ao mês homólogo, apenas houve um recuo no valor do m2 em dez municípios.
FUNDÃO TEM O METRO QUADRADO MENOS VALIOSO
É no Fundão que os bancos avaliaram as casas em junho com o valor mais baixo: 752 euros por m2, menos cinco euros que em maio e menos 17 euros que em junho do ano passado.
Nesta zona, perto da Serra da Estrela, há mais dois concelhos neste ‘top 10’ com o m2 mais barato: Castelo Branco e Guarda. Os restantes encontram-se espalhados pelo país.
Entre estes dez concelhos, só no Fundão e em Castelo Branco é que o valor do m2 recuou face a maio (em Castelo Branco o m2 caiu 54 euros). Comparando com junho de 2022, o m2 desvalorizou-se em metade dos concelhos (Fundão; Anadia com menos 101 euros; Elvas, menos 28; Portalegre, menos nove; e Póvoa de Lanhoso, menos 139).
No entanto, apesar de serem os concelhos com o m2 mais barato, os maiores recuos não foram registados entre estes municípios. O município com a maior queda no valor do m2 face a maio foi Silves (menos 131 euros) e face a junho foi Esposende (menos 204 euros).
Nota: Dos 308 concelhos portugueses, só há dados disponíveis de junho para 118, logo a presente a análise só tem esses municípios em consideração