2.11.09

Importância do Diagnóstico Social para a resolução dos problemas

in Rostos On-line

Rentabilizar esforços e capacidades no sentido de tornar mais eficaz o combate à pobreza e exclusão social é o principal desafio da Rede Social do Barreiro, segundo o Presidente da Câmara Municipal (CMB) e do Conselho Local de Acção Social do Barreiro (CLASB).

Carlos Humberto de Carvalho participou na sessão de abertura do V Seminário da Rede Social do Barreiro, que decorreu a 30 de Outubro, no Auditório Municipal Augusto Cabrita. “Diagnóstico Social e Desafios da Intervenção Comunitária – Práticas Inclusivas e Criativas” foi o tema do Seminário, que contou com a participação de diversas entidades ligadas à área da intervenção social.

“Se juntarmos todas as nossas capacidades, a nossa eficácia é muito maior”, referiu o Presidente da CMB, lançando o desafio às instituições, ao CLASB e à Autarquia. Carlos Humberto de Carvalho defende que a Rede Social tem tido um desempenho positivo, mas “se conseguirmos dar este passo, resolveríamos muitos mais problemas”.
Por outro lado, o Autarca defende que a correcta solução dos problemas implica o conhecimento da sua origem, realçando a importância do Diagnóstico Social.
Considerando interessante o subtema do Seminário – Práticas Inclusivas e Criativas -, Carlos Humberto de Carvalho salientou a importância da aprendizagem permanente. “Temos de ter em conta o passado, mas temos de procurar o novo para que nos ajude a ser mais eficazes”, referiu.

Na sessão de abertura, o Presidente do Instituto da Segurança Social, Edmundo Martinho, considerou que “estes momentos de reflexão, em que nos confrontamos com as nossas e outras práticas, são importantes para vermos quais os caminhos a seguir”.
Edmundo Martinho referiu que, apesar dos progressos na partilha e articulação de esforços das Redes Sociais, deverá ser feita uma definição clara de responsabilidades dos agentes intervenientes.

O responsável pelo Instituto de Segurança Social considera que “há um espaço muito grande para alargar o domínio das competências da Autarquia” e salientou a importância da construção das cartas sociais ao nível dos municípios. Terminou a intervenção saudando o CLASB “pelo exemplo que tem vindo a dar de dinamismo e de combate à exclusão social”.

Por último, na sessão de abertura participou também António Figueiredo, Presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Setúbal, que lançou três linhas de reflexão para o seminário, nomeadamente a transferência de competências para as autarquias, a aposta na inclusão como estratégia política das Câmaras Municipais e a mudança de comportamentos de modo a aceitar as mudanças. “O nosso espaço é o da Rede Social em que não pode haver competitividade negativa”, referiu António Figueiredo.

O 1º Painel, subordinado ao tema Diagnósticos Sociais: Principais Desafios, contou com a participação de Ana Cardoso, do CESIS – Centro de Estudos para a Intervenção Social. Percursos da Intervenção Social foi o tema da comunicação, que pretendeu discutir a importância de uma intervenção efectivamente fundamentada num diagnóstico social que seja capaz de entender os problemas que afectam as populações locais e de descobrir competências e recursos.

No mesmo painel, Armando Gomes, técnico da Divisão de Acção Social da CMB e representante do Secretariado Técnico da Rede Social do Barreiro, abordou os principais indicadores do Diagnóstico Social do Barreiro. De salientar que este diagnóstico permitiu identificar um conjunto de indicadores/fragilidades no âmbito das principais áreas problemáticas definidas e analisadas pelo CLASB, nomeadamente Dinâmicas Institucionais/Qualidade da Intervenção; Coesão Social/Integração Social de Grupos Vulneráveis; Formação/Qualificação Profissional e Des(emprego); e Qualificação e Integração Escolar.

A Estratégia Social face aos desafios dos Diagnósticos Sociais foi o tema da intervenção de Cecília Cavalheiro, do Núcleo de Qualificação de Famílias e Território do Centro Distrital da Segurança Social de Setúbal.

O 2º Painel, subordinado ao tema Intervenção Comunitária: Práticas Inclusivas e Criativas, contou com intervenções sobre Empowerment e Desenvolvimento Comunitário (Maria Rosário Serafim, do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE), Auto-representação de Grupos Vulneráveis (Ana Catarina Correia, Psicóloga da Associação Persona) e Boas Práticas de Voluntariado (Risete Dias, da Universidade da Terceira Idade do Barreiro).

No período da tarde, o 3º Painel foi sobre Práticas Concelhias de Intervenção Social Territorial. A 1ª Mesa, sobre Modelo/Metodologia da Intervenção na Quinta da Mina/Cidade Sol, teve como intervenientes Célia Gaudêncio da Divisão de Acção Social da CMB (Estratégia Integrada de Acção), Ana Rita Rodrigues e Catarina Borges, técnicas da Parceria CLDS “Sol para Todos” (Inclusão e Integração Social), Sandra Praguil, do Gabinete de Inserção Profissional – Catica (Inserção Profissional) e Ana Pacheco, da Equipa Protocolo RSI – Catica (Intervenção junto dos Grupos Vulneráveis).

A 2ª Mesa, sobre Práticas Inclusivas Locais, teve como intervenientes Paula Franco, do Grupo Concelhio para as Questões dos Idosos (Projecto de Intervenção em Situação de Risco do Idoso), Helena Afonso, Técnica da Divisão de Acção Social da CMB (Programa “Mexe com a Idade”), Júlio Freire, Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Barreiro (Projecto da Unidade de Cuidados Continuados), Sub-Comissário André, coordenador do Programa de Policiamento de Proximidade do Comando Distrital de Setúbal da PSP (Policiamento de Proximidade) e Álvaro Gaspar, Presidente da Associação Comunitária do Barreiro (Experiência de apoio a famílias/indivíduos carenciados).

No encerramento dos trabalhos, Ana Gomes, em representação do Centro Distrital de Segurança Social de Setúbal, felicitou o CLASB pela realização do Seminário, considerando que é “um momento de partilha de experiências e enriquecimento mútuo”.
Regina Janeiro, Vereadora da CMB responsável pelo Departamento de Acção Sócio-Cultural, realçou o papel do Diagnóstico Social “como elemento fundamental para a nossa intervenção”. Foi com base no Diagnóstico que alguns caminhos foram traçados, tais como, segundo a Autarca, a cedência de terrenos por parte da Autarquia a instituições para a construção de equipamentos sociais e as candidaturas a apoios para a criação de mais salas de pré-escolar públicas, entre outros.