10.2.16

Campanha mostra "as faces do cancro". Porque esta doença não é o fim

Ana Bela Ferreira, in "Diário de Notícias"

Sociedade Portuguesa de Oncologia assinala o Dia Mundial Contra o Cancro com lançamento de campanha que quer mudar comportamentos

Juntar histórias de pessoas que vivem com cancro. Este é o objetivo da campanha de sensibilização "as faces do cancro", lançada hoje por ocasião do Dia Mundial Contra o Cancro. A iniciativa da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), apoiada pela Janssen (farmacêutica do grupo Johnson & Johnson), conta com um site e um vídeo onde são partilhadas as experiências de doentes, familiares e profissionais.

"Gosto do meu corpo, do meu peito, do que ele representa", garante Alexandra Silva, sobrevivente de cancro da mama. "A vida é um risco", diz Paula Rodrigues, enfermeira no IPO de Lisboa, comparando a sua profissão no IPO com a função de diretora num clube de patinagem artística. São duas das "faces do cancro" apresentadas.


Além de dar a conhecer histórias de vida "com uma mensagem positiva e encorajadora", a campanha pretende levar os portugueses a mudar os seus comportamentos e hábitos de vida. Lembrando que o cancro "pode ser superado" e que "cada vez mais é uma doença prevenível e curável", refere o comunicado da apresentação da campanha.

"Ao lançar esta campanha, a SPO pretende chamar a atenção dos portugueses para o cancro, uma doença que toca muitas faces, seja direta ou indiretamente, e que merece ser conhecida melhor pela população", refere Grabriela Sousa, da SPO. Lembrando que a meio do século as estimativas apontam para que metade da população tenha cancro em alguma fase da sua vida e que esta é uma doença que pode ser prevenida e tratada, "à semelhança de outras doenças crónicas. Para isso, o caminho passa por evitar fatores de risco, criar novos meios de diagnóstico, aumentar os rastreios, promover políticas de prevenção, procurar ter tratamentos cada vez mais eficazes e, sobretudo, por manter a população informada".

O cancro é a segunda causa de morte em Portugal, sendo responsável por 20 a 25 mil óbitos anuais. Por ano são diagnosticados 40 a 45 mil novos casos no país.