in Jornal Avante
Portugal não está condenado à injusta realidade do agravamento da pobreza e das desigualdades, afirma o PCP, que terça-feira promove uma audição em Lisboa.
A propósito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, a Comissão do PCP para os Assuntos Sociais sublinhou ontem, em nota à comunicação social, «o brutal agravamento das desigualdades sociais e a elevada taxa de pobreza» em Portugal. Esta é a «consequência das sucessivas políticas de direita, que têm sido desenvolvidas e para as quais o actual Governo PS tem contribuído fortemente».
Para os comunistas, «o conteúdo deste modelo de desenvolvimento, determinado por políticas e opções de direita, é a causa do agravamento das injustiças sociais e da acentuação das assimetrias regionais». É que «as crescentes desigualdades, na distribuição do rendimento, agravam as condições de vida da generalidade da população e empurram cada vez mais cidadãos para uma situação de pobreza ou de exclusão social, que se reflecte no acesso a bens e serviços, básicos para uma vida com dignidade».
Os próprios dados oficiais «não permitem esconder a realidade», pois registam que «mais de dois milhões de portugueses são considerados pobres e aumentou, de 7,2 para 8,2 vezes, a diferença do rendimento recebido pelos 20 por cento mais ricos face aos 20 por cento mais pobres, mantendo Portugal como o "campeão" das desigualdades sociais na União Europeia», afirma a comissão.
É necessário «dar corpo a políticas alternativas, que representem uma real ruptura com as políticas de direita que o Governo PS tem vindo sucessivamente aprofundar». E neste sentido, o PCP vai promover, no próximo dia 23 de Outubro, pelas 14.30 horas, nas instalações da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio, em Lisboa, uma audição subordinada ao tema «Por uma nova política de combate à pobreza e à exclusão social».
Com esta iniciativa, que se insere no âmbito da preparação da conferência nacional sobre as questões económicas e sociais «Um outro rumo, nova política ao serviço do povo e do País», «pretende-se uma abordagem sobre a dimensão social e política da pobreza e da exclusão social, quer através de experiências concretas, quer sobre os principais eixos de novas políticas que a enfrentem e a erradiquem», explica a Comissão do PCP para os Assuntos Sociais.