Catarina Gomes, in Jornal Público
Estudo comparativo aponta como resultados positivos baixos níveis de mortalidade infantil, vacinação na infância e sistema de informação por telefone
Não se consegue consulta para o médico de família no mesmo dia, o sistema público não prevê cuidados dentários e não é possível ter cirurgias não agudas importantes em menos de 90 dias. São apenas três de dez indicadores em que o Sistema Nacional de Saúde português recebe a classificação de mau. A maioria está na gama média (14) e só três são considerados bons. Portugal ocupa o 19.º lugar em 29 países europeus avaliados.
Resumo: "Não está tão avançado como os vizinhos espanhóis. Boas melhorias em mortalidade infantil", lê-se no Índice Europeu do Consumidor dos Serviços de Saúde, documento produzido pela consultora sueca Health Consumer Powerhouse, que analisa os serviços de saúde europeus na óptica do consumidor.
São cinco as áreas avaliadas: tempos de espera, resultados de cuidados de saúde (as duas categorias às quais é dado maior peso), direitos e informação dos pacientes, generosidade do sistema público de saúde e acesso a medicação. Tendo sido publicado pela primeira vez em 2005, o índice é compilado a partir de uma combinação de estatísticas públicas.
À frente na lista como o sistema de saúde mais amigo do utente está a Áustria, seguida da Holanda (vencedores em 2005), da França (vencedora em 2006), da Suíça, da Alemanha e da Suécia. O índice coloca Portugal no grupo de países abaixo da média, juntamente com o Reino Unido, Eslovénia, Grécia, Malta e Itália.
Abrangendo 27 indicadores de desempenho, Portugal obtém 570 pontos em 1000 possíveis, a vencedora austríaca chegou aos 806 pontos. O sistema português não é considerado "generoso" quer em termos de tratamentos (no número operações às cataratas por 100 mil habitantes recebe a classificação de mau), quer em termos farmacêuticos, estando na categoria intermédia no que diz respeito ao tempo que os novos medicamentos levam até serem comparticipados.
"Portugal deve reduzir os tempos de espera para cuidados primários e especializados. Em matéria de acesso aos cuidados de saúde, Portugal tem um baixo desempenho", explica Arne Björnberg, director de investigação do índice, citado em comunicado da consultora.
Com bons resultados surgem os baixos níveis de mortalidade infantil, a vacinação na infância e o sistema de informação de saúde por telefone ou pela Internet. Relatório consultável em www.healthpowerhouse.com.