Amadeu Araújo, in Diário de Notícias
A crise económica, que já atinge directamente milhares de famílias portuguesas, está a obrigar os municípios a adoptarem as mais diversificadas soluções de apoio social, para evitar a descapitalização das gentes e empresas dos seus territórios e impedir o aumento dos casos de pobreza extrema.
Na região centro, as câmaras de Oliveira de Frades e Viseu estão a oferecer refeições à população desfavorecida e o seu exemplo deverá, em breve, ser seguido por outras autarquias.
Em Oliveira de Frades, município pioneiro no fornecimento de refeições, a comida é confeccionada na cantina do agrupamento de escolas da vila, sendo "depois distribuída pelas casas das pessoas necessitadas", revela o presidente da câmara, acrescentando que muitas pessoas optam também por comer na escola.
A resposta social da autarquia não se esgota com este apoio. Os serviços da câmara, diz Luís Vasconcelos, já executam "pequenos arranjos nas casas, ajudam no pagamento das contas e na aquisição de medicamentos".
O exemplo desta vila foi agora seguido pela câmara de Viseu que, em parceria com a Santa Casa da Misericórdia local, irá abrir um restaurante social para servir refeições à população carenciada. "É um drama que está a aumentar em Viseu", diz, preocupado o presidente da câmara. Fernando Ruas prevê servir 120 refeições diárias às pessoas mais necessitadas e nota que as necessidades "estão a atingir pessoas que sempre viveram bem".
Esta parceria entre a Santa Casa e a câmara prevê a instalação do restaurante social na antiga maternidade, propriedade da Misericórdia. Mas até a requalificação do edifício estar concluída, "a população carenciada pode levantar senhas e almoçar na cantina da autarquia", afirma Fernando Ruas que também ali costuma almoçar.
A crise e o aumento do número de pessoas carenciadas terão outra resposta da Misericórdia que prevê oferta de roupas, alimentos, serviços de enfermagem, banhos e dormidas ocasionais.