Carla Pinto Silva, in IOL Diário
Afecta sobretudo os idosos
Quase 20% das famílias portuguesas continuam em risco de pobreza, segundo o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (EUSILC) realizado em 2007.
Ao todo, são 18% os que se encontram em risco, mantendo-se o valor estimado para o ano anterior, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O impacto das transferências sociais (excluindo pensões) na redução da taxa de risco de pobreza foi de 6 pontos percentuais.
De acordo com o mesmo inquérito, «o rendimento dos 20% da população com maior rendimento era 6,5 vezes o rendimento dos 20% da população com menor rendimento, observando-se uma ligeira redução face ao valor de 6,8 estimado no ano anterior», diz ainda o INE.
A taxa de risco de pobreza corresponde à proporção de habitantes com rendimentos anuais por adulto equivalente inferiores a menos de 4.544 em 2006 (cerca de menos 379 por mês), o que reflecte um crescimento do limiar de pobreza de 4% face ao ano anterior.
Riscos com maior preponderância entre as mulheres
Tal como nos anos anteriores, conclui-se que o risco de pobreza afecta sobretudo os idosos, com uma taxa de risco de 26%. Destes, verificava-se uma maior preponderância para as mulheres (27% face a 24% de homens idosos).
Também os menores registavam uma taxa de pobreza superior à média nacional, estimando-se que 21% das pessoas com idade inferior a 18 anos se encontravam em risco.
Já o risco de pobreza para a população em situação de desemprego era de 32%, valor ligeiramente superior ao do ano anterior (31%). Esta condição afectava mais os homens, com 37%, do que as mulheres, com 28%.
Por outro lado, a população empregada (seja por conta de outrem, seja por conta própria) registava uma taxa de risco de pobreza de 10%, o que reflecte uma ligeira melhoria face ao exercício anterior (11%).