Falta de instrução gera fome e pobreza

Elísio Assunção, Fátima Missionária

No mundo 75 milhões de crianças não frequentam a escola. Um terço vive na África a sul do Sara. UNESCO pretende combater o problema da desigualdade

“A desigualdade de oportunidades de instrução aumenta a pobreza, a fome, a mortalidade infantil e reduz as perspectivas de crescimento económico”, afirma o director geral da UNESCO, Koïchiro Matsuura. É urgente superar “esta desigualdade e tornar a instrução um motor de mudança”.

Nesta visão, os ministros da educação e do desenvolvimento, representantes de organizações multilaterais e bilaterais, representantes da sociedade civil vão encontrar-se a 16 e 17 de Dezembro em Oslo, sob a égide da UNESCO para recomendar estratégias tendentes a acelerar os progressos para conseguir uma instrução de qualidade para todos até 2015.

A abrir a oitava reunião do “Grupo de Alto Nível de Instrução para Todos” estará Koïchiro Matsuura, com o príncipe Haakon da Noruega, e o primeiro-ministro Jens Stoltenberg. Entre os temas que serão tratados, falar-se-á da instrução das meninas, o recrutamento e remuneração dos professores, o financiamento da instrução para todos.

Segundo o relatório UNESCO 2009, em cada três crianças nos países em vias de desenvolvimento (193 milhões), uma chega à idade escolar com um desenvolvimento intelectual e capacidades limitadas devido à desnutrição; 75 milhões de crianças não frequentam a escola (um terço destas crianças vivem na África a sul do Sara). Nesta região e no sul da Ásia persistem graves desigualdades de género.