in Jornal Público
Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado em 2007 pelo INE:
Os idosos são os portugueses mais afectados pelo espectro da pobreza
Há 18 por cento de indivíduos residentes em Portugal que se encontravam em risco de pobreza em 2007, o mesmo valor indicativo observado em 2006, avança hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE) no inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado em 2007, com base nos rendimentos de 2006.
A taxa de risco de pobreza corresponde à proporção de habitantes com rendimentos anuais por adulto equivalente inferiores a 4544 euros em 2006, valor que corresponde a 379 euros mensais - aumento do limiar de pobreza de quatro por cento face a 2005.
O INE afirma, ainda, que o impacto das transferências sociais, excluindo pensões, na redução da taxa de risco de pobreza foi de seis pontos percentuais.
Do mesmo inquérito pode-se retirar ainda a informação de que “o rendimento de 20 por cento da população com maior rendimento era 6,5 vezes o rendimento dos 20 por cento da população com menor rendimento, observando-se uma ligeira redução face ao valor de 6,8 estimado no ano anterior”.
O relatório hoje divulgado sublinha que a par do que ocorreu nos anos anteriores, o risco de pobreza afectava essencialmente os idosos, com uma taxa de risco de 26 por cento. Neste grupo, regista-se uma maior preponderância para as mulheres, registando-se 27 por cento de mulheres idosas em risco de pobreza face a 24 por cento de homens idosos nesta mesma situação.
Esta observação evidencia uma diferença de maior amplitude, face a 2006, em relação à comparação entre sexos para a população residente total, em que se estimava uma proporção de 19 por cento de mulheres em risco de pobreza face a 17 por cento de homens em risco de pobreza.
A par dos idosos, também os menores de idade apresentavam uma taxa de pobreza superior à média nacional, prevendo-se que 21 por cento das pessoas com idade inferior a 18 anos se encontravam em risco de pobreza.