in Jornal de Notícias
O presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional admitiu ter havido um erro no cruzamento de dados com a Segurança Social no processamento dos desempregados, e em resultado terão sido "apagados" dos sistema 15 mil empregados.
Francisco Madelino reagia a uma notícia do DN, garantindo que a falha foi rectificada ainda antes da sua divulgação pública.
A denúncia foi feita pelo Sindicato Nacional dos Técnicos de Emprego (SNTE), e o presidente o IEFP anunciou a sua intenção de "agir criminalmente" contra o Sindicato, por considerar que o Instituto está a ser indevidamente acusado de práticas "reiteradas e sistemáticas" de manipulação de dados.
Em causa está também uma carta onde o SNTE apela aos trabalhadores do IEFP para denunciarem de forma anónima quaisquer dados sobre anulações de candidaturas a empregos.
O presidente do SNTE, Marçal Mendes, considerou "caricato" o anúncio do presidente do IEFP "quando houve um mês de viciação de dados, que não teria sido conhecida se não fosse esta iniciativa (carta anónima)".
Quem quer mais esclarecimentos é a Oposição. O PSD acusou o Governo de manipulação "para evitar esse número de meio milhão de desempregados, o que é absolutamente inaceitável". Acrescentando outra denúncia: "É que existe uma deslocação informaticamente feita todos os meses por um programa, o aplicador, da rubrica de desempregados para uma rubrica de pessoas que estão à procura de emprego mas estão empregadas", afirmou Paulo Rangel.
O CDS-PP, como o PSD, vai requerer a presença do presidente do IEFP na Assembleia da República para esclarecer a situação.
O PCP afirmou que "as discrepâncias entre os números do INE e do IEFP são conhecidas e implicam um total esclarecimento" pelo ministro do Trabalho.
O BE afirmou que Portugal já tem "mais de 610 mil" desempregados e exigiu "números claros" do INE e do IEFP.