in Jornal de Notícias
Entre Janeiro e Abril, 1718 pessoas foram alvo de despedimento colectivo. Um aumento face ao total dos despedimentos no primeiro semestre de 2008, em que foram despedidas 1082 pessoas.
Para o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, o aumento dos despedimentos colectivos nos primeiros quatro meses do ano afectou uma pequena minoria no conjunto de desempregados.
Vieira da Silva admitiu a existência de um maior recurso ao despedimento colectivo, mas sublinhou não ser essa a causa da maioria do desemprego em Portugal.
"Mais de metade dos desempregados em Portugal são-no por fim de um contrato de trabalho e não por processos de despedimento colectivo", disse o ministro, à margem da conferência anual da Confederação Internacional das agências privadas de Emprego.
"Infelizmente temos um desemprego na ordem das 480 mil pessoas e o valor referido para os despedimentos colectivos comprova o que disse", afirmou o ministro.
"Não é esse o problema (...) O problema com que nos confrontamos não é a forma mas a dimensão do desemprego, que é muito elevada", sublinhou.
Segundo a Direcção Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT), nos quatro primeiros meses do ano, 143 empresas concluíram processos de despedimento colectivo, visando o despedimento de 1790 pessoas. As 143 empresas empregavam na totalidade 9110 trabalhadores.
No período considerado, as empresas conseguiram salvar 72 postos de trabalho e acabaram por despedir 1718 trabalhadores, com recurso ao despedimento colectivo.
No total do ano passado, de acordo com a mesma fonte, foram dispensados ao abrigo de processos de despedimento colectivo, 3.318 pessoas.