por R.R., in Diário de Notícias
Estimativa para a economia foi revista em baixa pelo INE, mas para Abril há sinais de travagem na queda da actividade.
No primeiro trimestre, a economia terá recuado 1,7% em relação aos últimos três meses do ano passado, de acordo com os dados ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Uma revisão em baixa face à queda de 1,5% estimada na semana passada e que poderá reflectir um pior desempenho do comércio externo.
A forte contracção das exportações, do investimento empresarial e do consumo das famílias explicam porque a economia recuou 3,7% nos primeiros três meses do ano em relação a igual período do ano passado. No trimestre em análise, afirma o INE, as exportações terão recuado 27,8%, após uma queda de 11% nos últimos três meses do ano passado.
Com o investimento em forte queda - máquinas e material de transporte - e com os índices relativos à indústria ainda em mínimos históricos, o consumo das famílias também diminuiu nos primeiros meses do ano (em comparação com igual período de 2008). As famílias optaram por cortar nos gastos de bens duradouros com mais intensidade do que nos bens de consumo. De facto, em Março, diz o INE, "o indicador do consumo duradouro registou uma forte redução" e as vendas de automóveis caíram 42,4%.
Após meses de depressão económica, a economia já bateu no fundo. Ontem, o INE deu sinais de que em Abril os indicadores deixaram de terem o comportamento de queda em roda livre. Embora ainda em terreno negativo, a confiança dos consumidores interrompeu a tendência descendente observada desde finais de 2006, apesar do forte aumento do desemprego (8,9% da população activa). Também em Abril, a diminuição homóloga das vendas de automóveis foi menos intensa do que a observada em Março. Por fim, a confiança dos comerciantes aumentou no quarto mês do ano, embora os industriais e empresários continuem a emitir fortes sinais de cepticismo.