in Jornal de Notícias
56 000 pessoas trabalham por uma remuneração não em dinheiro, mas em espécie. Quarenta mil vivem na Região Norte e os restantes na zona Centro.
Trabalhar, não a troco de dinheiro, mas sim de coisas, como alojamento, alimentação ou senhas de combustível, por exemplo. Apesar de estar a cair em desuso, ainda é esta a realidade de dezenas de milhar de pessoas em Portugal. No primeiro trimestre, quase 56 mil pessoas trabalhavam por um salário em espécie. É um fenómeno social bem localizado (40 mil estão no Norte e os restantes no Centro), que tem caído na última década - eram o dobro há dez anos. Ainda assim, afectava dezenas de milhares de pessoas.
O mesmo tem acontecido com quem declarou trabalhar para um familiar, mas sem receber remuneração (eram 11,4 mil no primeiro trimestre deste ano). Também aqui, este género de trabalho está bem localizado geograficamente, com mais de metade destas pessoas a viver a Norte.
Ainda a descer, no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo do ano passado - mas porventura por outras razões, como a crise financeira e económica -, está o número dos que dizem que a sua principal fonte de rendimentos é o recebimento de lucros de empresas, dividendos de acções, juros ou rendas.
Depois de anos em que este grupo de pessoas ia aumentando, neste trimestre esse número baixou, para 429 mil pessoas - de novo, quase todas vivendo nas regiões Norte e Centro.
Ao contrário, a crise está a levar ao forte aumento dos beneficiários de subsídio de desemprego, apesar de mais de metade das pessoas sem trabalho não terem direito a esta prestação. Eram 237 mil os subsidiados, diz o INE, e quase metade estava no Norte.