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Estudo a que a Renascença teve acesso revela que o regresso ao mercado de trabalho é difícil para os desempregados e a maioria daqueles que o consegue é nos primeiros seis meses em que recebe subsídio.
O estudo "Emprego, contratação colectiva de trabalho e protecção na mobilidade profissional", revela que os salários são baixos de tal forma que 12 % dos trabalhadores estão em risco de pobreza. O documento serve de base ao encontro entre o Governo e os parceiros sociais, que vão discutir um pacto para o emprego.
O estudo indica que é necessário repensar compromissos feitos no passado e discutir, "sem tabus", todas as reformas laborais e sociais para ver se estão adequadas ao contexto de crise. O documento, a que a Renascença teve acesso, sublinha a necessidade de se encontrar uma lógica de articulação sustentável para as prestações sociais e apresenta dados pouco encorajadores.
A próxima década, avança o estudo, deverá ser de forte dinâmica de criação e destruição de emprego. Serão destruídos menos empregos de baixa qualificação, mas, por outro lado, vão ser criados menos empregos de alta qualificação. O documento sublinha que a produtividade vai subir, mas não tanto como os custos de trabalho.
O trabalho revela ainda que o regresso ao mercado de trabalho é difícil para os desempregados e a maioria daqueles que o consegue é nos primeiros seis meses em que recebe subsídio. Por outro lado, o estudo refere que a protecção social, apesar de relativamente generosa, assenta em prestações baixas, o que torna as pessoas mais vulneráveis quando as esgotam.
O documento, que serve de base à negociação de um pacto para o emprego, conclui que a influência da concertação social na definição de políticas públicas foi grande nas últimas décadas.