"Portugal está no fundo" e "desemprego vai continuar a aumentar"

in Jornal de Notícias

João Proença, secretário-geral da UGT, defendeu hoje, terça-feira, que o Governo deve reforçar as activas políticas de emprego porque, segundo as suas declarações, "Portugal está no fundo" e o desemprego "vai continuar a aumentar".

Para o secretário-geral da UGT, o nível de preocupação na criação de novos postos de trabalho e de apoio aos desempregados deveria ser mais elevado, numa altura em que o aumento de desemprego em Portugal é significativo.

Em declarações aos jornalistas no final de um encontro com o PSD, na sede da União Geral dos Trabalhadores, João Proença disse que esta central sindical não duvida do aumento consecutivo do desemprego no nosso país.

"Depois de um período conjuntural de verão, em que até pode diminuir ou estabilizar, o desemprego vai aumentar. Estamos com um crescimento económico muito reduzido", considerou.

Segundo João Proença, este entendimento da UGT é confirmado pelos números hoje, terça-feira, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística. "Com o actual nível de crescimento económico não é possível, por melhores que sejam as políticas de emprego, e nós achamos que as actuais têm ainda muitas deficiências, que o desemprego não continue a aumentar".

De acordo com os números hoje divulgados pelo INE, no terceiro trimestre deste ano o desemprego em Portugal atingiu uma taxa de 10,6%.

A principal preocupação da UGT é o fraco crescimento económico de Portugal. Segundo as declarações do secretário geral desta organização sindical, não será um crescimento de um por cento ou abaixo de 1% que poderá alterar o panorama do desemprego em Portugal.

“O défice tem de ser visto como um constrangimento, porque a prioridade tem de ser o crescimento e o emprego", defendeu.

João Proença ressalvou ainda que considera que "as medidas de combate à crise são necessárias, são indispensáveis", mas acrescentou que tem de se procurar reduzir ao máximo o seu impacto negativo no crescimento e no emprego.