in Jornal de Notícias
O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, classificou as medidas adicionais tomadas por Portugal e Espanha para acelerar a diminuição dos seus défices orçamentais como "corajosas", estando os países membros da Zona Euro "satisfeitos" com elas.
"Pensamos que as medidas tomadas pelos governos espanhol e português são medidas corajosas, indicam uma trajectória de ajustamento que nos dão satisfação", disse Juncker, na conferência de imprensa que marcou o fim da reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro, na segunda-feira, já perto da meia-noite de Lisboa.
As medidas anunciadas pelos governos português e espanhol serão agora "examinadas em detalhe" pela Comissão Europeia, antes de os ministros das Finanças da Zona Euro voltarem a dar o seu "julgamento final" sobre as mesmas, na reunião de 7 de Junho próximo, no Luxemburgo.
Por seu lado, o comissário europeu responsável pelos Assuntos Económicos explicou que os países membros da Zona Euro não devem acelerar todos ao mesmo tempo a sua consolidação orçamental para evitar o risco de uma recessão.
A aceleração da diminuição dos défices dos países europeus é vista como uma forma para acalmar os mercados financeiros que receiam problemas no pagamento da dívida pública por parte de vários países.
Os ministros das Finanças de Portugal e Espanha apresentaram na segunda feira aos seus homólogos da Zona Euro, reunidos em Bruxelas, as medidas decididas para acelerar a redução dos respectivos défices orçamentais.
Entre as medidas, negociadas com o PSD, estão o aumento das três taxas do IVA em um ponto percentual, a criação de uma taxa extraordinária sobre as empresas com um lucro tributável acima de dois milhões de euros de 2,5% e a redução de 5% nos salários dos políticos, gestores públicos e membros das entidades reguladoras.
O esforço adicional de Portugal e Espanha é considerado importante para acompanhar o pacote de medidas europeias decidido no início da semana passada para acalmar os mercados financeiros, nomeadamente a criação de um fundo de estabilização de 750 mil milhões de euros.
Os ministros das Finanças voltarão discutir a questão terça feira numa reunião alargada aos titulares das Finanças da União Europeia (27 países).