por Pedro Sousa Tavares, in Jornal de Notícias
Ministra admite que só no próximo ano haverá portáteis. Pais não querem mais atrasos.
A ministra da Educação admitiu ontem que os novos Magalhães já não vão chegar este ano lectivo aos alunos. Isabel Alçada adiantou que os novos computadores (MG2) só chegarão aos alunos depois do Verão, deixando em aberto a hipótese de "eventualmente" ainda se fazerem "algumas" entregas em Junho.
A Confederação Nacional das Associações de pais (Confap) considera que, depois dos vários atrasos no processo - relacionados sobretudo com adiamentos de datas do concurso público internacional - não há mais margem de erro, avisando que será "desastroso" se os computadores não chegarem aos alunos até ao início das aulas.
"Será desastroso, face à oferta que o País está a fazer nas novas tecnologias, que no início do novo ano lectivo todos os alunos não tenham o Magalhães", disse ao DN Albino Almeida, presidente da Confap, que ainda há dias disse ao DN ter recebido indicações do secretário de Estado da Educação, João da Mata, de que havia condições para arrancar com a entrega dos portáteis na primeira quinzena do próximo mês.
Entregar todos os portáteis até ao regresso às aulas é agora o novo compromisso do Governo: "Certamente no princípio do próximo ano lectivo todos os meninos do primeiro ano de escolaridade e todos os meninos do segundo ano de escolaridade vão ter o seu 'Magalhães", assegurou ontem aos jornalistas Isabel Alçada.
Por outras palavras, o Governo pretende juntar apenas num ano - aliás, em cerca de três meses e meio - as entregas de 250 mil portáteis que estavam previstas para dois anos lectivos. Aos do 1.º ano alunos que se inscreveram este ano lectivo, e aos que se inscreverem no próximo, além dos respectivos professores.
O certo é que, depois de o Ministério ter apontado a Páscoa como meta, e posteriormente ter prometido tudo fazer para que as entregas se concretizassem ainda este ano lectivo, há quem já não tenha grandes esperanças de que isso se concretize.
"Atendendo à forma como as coisas decorreram na 1.ª fase do programa e-escolinhas [em 2008/09], com muitas entregas quase só no final desse ano lectivo, não será fácil", disse ao DN Maria José Viseu, da Confederação Nacional Independente de Pais e Educadores (CNIPE).
P ara esta dirigente, o mais importante é, no entanto, "que quando chegarem , os 'Magalhães' sejam aproveitados verdadeiramente como ferramenta educativa, tirando partido dos recursos existentes, e que seja distribuídos ao mesmo tempo" a todos.
Numa resposta enviada ao DN, a J.P. Sá Couto, fabricante do portátil, prometeu que tudo fará "para entregar computadores ainda este ano lectivo", garantindo ter "capacidade logística" para o realizar.