O BPI aderiu aos Princípios para uma Banca Responsável das Nações Unidas e junta-se assim ao Millennium bcp e à Caixa Geral de Depósitos. No setor dos seguros, a Fidelidade é a única representante de Portugal neste pacto que obriga o setor financeiro a estar mais alinhado com os ODS e com as metas do Acordo de Paris
São 324 os bancos, que gerem cerca de 89,4 biliões de dólares em ativos, sensivelmente metade de toda a indústria a nível mundial, e que já subscreveram os Princípios para uma Banca Responsável das Nações Unidas. Um dos membros mais recentes é o BPI que se juntou a este clube de bancos que prometem ser mais sustentáveis, uma lista onde já existem duas instituições com bandeira portuguesa: a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o Millennium bcp.
Os Princípios para uma Banca Responsável das Nações Unidas é um pacto firmado entre bancos de todo o mundo e a Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP-FI) e tem como principais objetivos obrigar os bancos a comprometerem-se com a implementação de estratégias e práticas que estejam alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e com as metas do Acordo de Paris.
Num comunicado enviado ao Expresso SER, João Pedro Oliveira e Costa, presidente executivo do BPI, afirma que o banco “está muito empenhado em contribuir para a concretização dos ODS. É muito importante assumir compromissos públicos com a implementação de modelos de atuação responsáveis que promovam o desenvolvimento sustentável e contribuam para enfrentar os desafios das alterações climáticas, perda de biodiversidade, poluição e da inclusão social”.
O banco refere ainda que este passo, de se tornar signatário dos Princípios para uma Banca Responsável das Nações Unidas, está em linha com a sua estratégia de sustentabilidade delineada para o período de 2022 a 2024: “A assinatura dos Princípios para uma Banca Responsável da UNEP-FI reforça ainda mais o posicionamento do banco no ecossistema das finanças sustentáveis e contribui para uma abordagem mais coordenada e sinérgica para a integração dos princípios de sustentabilidade na estratégia e modelo de negócio do BPI”.
De acordo com os dados da UNEP-FI, a adesão do BPI deu-se em março de 2023, tendo-se assim juntado ao Millennium bcp que entrou para este clube em junho do ano passado, e à CGD que é signatária desde setembro de 2019. Esta Iniciativa Financeira das Nações Unidas também tem um programa semelhante para o setor segurador e nesta lista consta apenas um nome nacional, o da seguradora Fidelidade. Esta seguradora é detida em 85% pelo grupo chinês Fosun e o restante capital está nas mãos da CGD.
As instituições financeiras que subscrevem estes Princípios para uma Banca Responsável das Nações Unidas têm de fazer um relatório 18 meses após a adesão para dar conta do que têm feito a nível da sustentabilidade e, a partir daí, são obrigadas a apresentar relatórios com uma periodicidade anual.
Os bancos que fazem parte deste pacto comprometem-se com seis princípios:
1. Alinhamento. Estarem alinhados com os ODS, com o Acordo de Paris e com os regulamentos nacionais relevantes nesta área.
2. Impacto. Os bancos comprometem-se a ter um impacto positivo na sociedade, ou a reduzir os impactos negativos, e ficam obrigados a definir e a publicar objetivos neste domínio.
3. Clientes. A banca compromete-se a trabalhar com os seus clientes de forma a encorajar a adoção de práticas sustentáveis.
4. Stakeholders. O setor fica com a responsabilidade de consultar e envolver os seus stakeholders no sentido de atingir as metas traçadas pela instituição em causa.
5. Governança. Adotar boas páticas de governance e uma cultura de responsabilidade alinhada com os princípios para uma banca responsável.
6. Transparência. Os bancos signatários comprometem-se ainda rever periodicamente a implementação das metas definidas, e a serem transparentes e prestar contas sobre os impactos positivos e negativos que possam ter na sociedade.