22.5.23

Bicicletas GIRA vão ser integradas no passe Navegante dos residentes em Lisboa

Raquel Albuquerque, João Diogo Correia e Tiago Pereira Santos, in Expresso


Câmara Municipal de Lisboa avança com medida esta semana. Em entrevista ao Expresso, Anacoreta Correia, vereador da mobilidade e vice-presidente da câmara, reforça o interesse em ter uma zona reciclável de Algés a Loures e diz que a partir de setembro vão começar a ser conhecidos os primeiros resultados da auditoria às ciclovias da cidade

A promessa já estava feita há algum tempo e agora concretiza-se: a rede de bicicletas partilhadas GIRA, do concelho de Lisboa, vai ser integrada no passe Navegante. Isso significa que os residentes na cidade que tenham passe vão poder usar as bicicletas sem pagar mais e, no caso dos jovens até aos 23 anos e dos maiores de 65, que já usufruem de passe gratuito, o uso de bicicletas não será cobrado, segundo avançou ao Expresso Filipe Anacoreta Correia, vereador da Mobilidade e vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML).


“É uma boa medida e estamos muito contentes com isso. Consolida a mobilidade suave como modo complementar da mobilidade dos transportes públicos”, frisa o vereador, em entrevista ao Expresso, publicada na sexta-feira na edição semanal do jornal, na qual o responsável fala também sobre o caos instalado na cidade provocado pelas muitas obras em curso.

Na aposta da rede de bicicletas GIRA, a CML está a concluir a instalação de quatro novos terminais, com a ambição de ter mais 16 estações, de forma a chegar ao fim do mandato com um total de 20 além dos que já existiam. “Estamos a duplicar o número de GIRA. É o nosso objetivo para este ano.”

Em relação à rede de ciclovias, está em curso a auditoria que tinha sido prometida por Carlos Moedas a toda a rede ciclável da cidade. “Estimo que a partir de setembro ou outubro comecemos a ter relatórios intercalares sobre as diferentes ciclovias e no final do ano ter a totalidade da auditoria libertada”, afirma Anacoreta Correia. “O que transmiti à equipa de mobilidade é aguardar pela auditoria, salvo casos evidentes de necessidade de alteração.” E um dos casos que estão identificados é o da Avenida de Berna, “onde a ciclovia está mal desenhada e isso é consensual até entre os utilizadores”.


A intenção da CML passa, por exemplo, por garantir que até ao final do mandato é construída uma ciclovia em toda a frente ribeirinha. "Queremos muito ter essa zona toda ciclável, de Algés até Loures, ainda neste mandato. Já pedimos à estrutura da Câmara e à EMEL que nos criem condições para isso.”

No caso em particular da Avenida Almirante Reis, onde a ciclovia gerou grande polémica durante a campanha autárquica, está agora a decorrer um processo participativo para definir o futuro da via. “Queremos até ao fim do ano apresentar um projeto mais definitivo”, frisa. “A Almirante Reis é um eixo estruturante da mobilidade na cidade e, por isso, é importante que acondicione também a mobilidade suave.”