29.5.23

Braga empenhada na inclusão de migrantes africanos

Jorge Oliveira,  in Diário do Minho


Município recebe parceiros do projeto Rhizome Cities - Citizens Tows


O Município de Braga vai convidar cidades de países da África subsariana com ligações históricas a Portugal a integrar o projeto Rhizome Cities - Citizens Tows, que está a ser desenvolvido em rede por dez cidades europeias.

Este projeto tem como objetivo «alavancar as ligações entre as comunidades migrantes e os países de origem» e «desenvolver a capacidade dos migrantes nas cidades europeias para atuarem como embaixadores do desenvolvimento de laços culturais e económicos entre as cidades europeias onde vivem e o continente africano».

No caso de Braga, cidade que acolhe cada vez mais imigrantes, não só de África, mas também de outros continentes, o que se pretende é «minimizar o sentimento da colonização», ou seja, aquela que foi a intervenção portuguesa enquanto país colonizador, explicou a vereadora da Educação; Inovação e Coesão Social da Câmara de Braga, Carla Sepúlveda.

A vereadora, que falava hoje à margem de uma sessão de trabalho do projeto Rhizome Cities, integrada na 3ª edição do Laboratório de Inovação Social da Eurocities, que decorre até ao dia 1 de junho no Human Power Hub (HPH), em Braga, referiu que a Câmara de  Braga está empenhada neste processo de inclusão e vai contribuir para que se assumam compromissos e tomem medidas no sentido da «verdadeira integração» das comunidades migrantes.

Guiné-Bissau, Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique são os países que deverão ser contatados para integrar o Rhizome Cities. 

«Já estamos a trabalhar e Braga irá fazer a identificação de cidades nestes países africanos e fará o convite ao governo local para integrarem esta rede, para que os imigrantes se sintam verdadeiramente integrados e sejamos todos uma comunidade», disse Carla Sepúlveda, mostrando-se confiante na recetividade ao convite que será endereçado pela autarquia.

O projeto Rhizome Cities - Citizens Tows é liderado pela cidade italiana de Palermo através da ONG Studio Rizoma e, até à data, tem a participação dos municípios europeus de Atenas (Grécia), Bérgamo e Reggio Calabria (Itália), Braga (Portugal), Dusseldorf e Mannheim (Alemanha), Marselha e Montpellier (França) e Tirana (Albânia).

João Medeiros, um dos coordenadores do projeto no Município de Braga, indicou que estas dez cidades europeias pretendem elaborar uma carta de compromisso para ser entregue à União Europeia, podendo surgir daqui um plano estratégico que proporcione o encontro entre os municípios e a sociedade civil da Europa e de África.

A ideia é, com o conhecimento do passado colonial, aproveitar para «potenciar e capacitar» comunidades africanas radicadas na Europa para que depois no regresso aos seus países de origem ou por intercâmbio se possa trabalhar em conjunto numa perspetiva de inclusão, explicou.


O plano visa não só migrantes, mas também refugiados e jovens que estão a estudar nestas cidades europeias.

A sessão de trabalho foi antecedida de uma vista ao laboratório/exposição de legos patente numa das salas do Human Power Lab, que retrata a vida e a multiculturalidade nas cidades. São mais de 80 conjuntos de legos de variados tipos, cedidos por Carlos Santos, gestor de resiliência do HPB, representando cidades, aeroportos, núcleos habitacionais, áreas fabris, zonas high-tech, etc. 


A 3ª edição Eurocities Social Inovattion Lab (Laboratório de Inovação Social da Eurocities), que decorre até ao dia 1 de junho, é dedicada  à transição digital inclusiva. 

A Eurocities  é maior Rede Europeia de Cidades