10.2.16

Portugal entre os últimos no índice OCDE de bem estar no emprego

Erika Nunes, in Dinheiro Vivo

Medo de perder o emprego disparou em Espanha para 17,8%. Medo de perder o emprego disparou em Espanha para 17,8%.

Islândia, Suiça e Noruega lideram a lista de 34 países, enquanto Grécia, Espanha, Turquia e Portugal são os quatro últimos do ranking. A seguir 1 Portugal entre os últimos no índice OCDE de bem estar no emprego Mais vistas António Costa Fotografia: Rafael Marchante / Reuters OE 2016 #ConselhosDoCosta: Descidas sempre em ponto morto - Dinheiro Vivo Pessoas com força mental não desistem ao primeiro fracasso. Personalidade 13 coisas que as pessoas com força mental não fazem - Dinheiro Vivo Não são estrelas de rock, nem atrizes de cinema, embora estas tenham cada vez mais influência social. As 11 mulheres mais influentes do mundo, segundo a revista "Time", são médicas, empresárias, políticas, cientistas... mas acima de tudo com um forte sentido de entrega aos outros. Multimédia Conheça as 11 mulheres mais influentes do mundo - Dinheiro Vivo Ryanair está a recrutar em Portugal Foto: DR Emprego Ryanair está a recrutar.

Oferece até 1400 euros - Dinheiro Vivo Grécia, Espanha, Turquia e Portugal estão no fim da lista em qualidade do emprego segundo uma análise da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) à situação em 34 países. A Islândia, a Suiça e a Noruega ocupam, por seu turno, o topo da lista. A OCDE mediu as taxas de emprego, o desemprego de longa duração e a segurança laboral em cada uma das 34 grandes economias, considerando ainda o “medo de perder o emprego” e a remuneração média entre aqueles que estão empregados. Composto o índice, a média da OCDE é de 6,6 pontos. Mas o último da tabela, a Grécia, não vai além de 1,5 pontos; a Espanha tem apenas 2,4 pontos; a Turquia 3,8 e Portugal 4,1 pontos. Espanha pontuou particularmente mal, sendo o país da OCDE onde o “medo de perder o emprego” (17,8%) é mais do triplo da média (5,4%) dos 34 países e mais do dobro que em Portugal (8,6%).

Aquele valor tem vindo a aumentar ao longo do tempo, no país vizinho: em 2012, era de 10,8%; em 2013 subiu ligeiramente para 10,9%; e, em 2014, disparou para 17,7%. Nesse mesmo ano, a média da OCDE desceu para o nível atual de 5,3%. Quanto a Portugal, onde o desemprego de longa duração é o triplo (9,1%) da média da OCDE (2,8%), uma das maiores discrepâncias face ao conjunto de países analisados é no rendimento per capita, cuja média é de 25.908 dólares (23.216 euros) nos 34 países, sendo cerca de 20% mais baixa em Portugal: apenas 20.086 dólares (18 mil euros). “Mas [em Portugal] há uma diferença importante entre os mais ricos e os mais pobres – os 20% mais favorecidos da população ganham quase seis vezes mais do que 20% menos favorecidos”, refere a organização. Entretanto, também Espanha fica abaixo da média dos países desenvolvidos, com um rendimento disponível das famílias líquido per capita de 22.477 dólares (20.590 euros), o que compara com a média de 25.166 dólares (22.551 euros) da Itália, 28.799 dólares (25.806 euros) em França ou 31.252 (28 mil euros) em Alemanha.

Mais longe ficam os EUA, com um rendimento médio per capita de 41.355 dólares (cerca de 37 mil euros). Com certeza que não é este indicador que mais pesa, visto que na Islândia o rendimento médio per capita é de apenas 23.965 dólares (cerca de 21.500 euros). Porém, no país que lidera a tabela, o medo de perder o emprego é de apenas 4,1%, o desemprego de longa duração afeta apenas 1,2% e a taxa de emprego (população em idade de trabalhar com emprego remunerado) é de 82%. A Suiça (2º lugar) e a Alemanha (8º lugar) são os países europeus onde o medo de perder o emprego é menor, registando apenas 3% e 3,1%, respetivamente. A Alemanha consegue, ainda, empatar com os EUA neste índice de qualidade do trabalho, ambos com 8,1 pontos. Também a taxa de desemprego de longa duração alemã (2,4%) é três vezes inferior à espanhola e quase quatro vezes inferior à portuguesa, quando a taxa de emprego é de 73%, o que compara com os 61% de Portugal, os 56% de Espanha ou os 49% da Grécia. Bem longe da taxa da Suiça (80%) ou da Noruega (75%), onde o desemprego de longa duração é de apenas 1,5% e de 0,3%, respetivamente.