10.2.16

Quem cuide de idosos em casa vai ter direito a horários flexíveis

Marta Santos Silva, in "Diário de Notícias"

O objetivo das medidas é que os idosos fiquem em casa com a família o máximo de tempo possível

O Governo prepara um novo estatuto laboral para as pessoas que cuidarem de idosos em casa, de forma a incentivar que os idosos fiquem junto da família o máximo de tempo possível. O estatuto de "cuidador informal" possibilitará acesso a horários de trabalho flexíveis e outros apoios.

Como explicou esta segunda-feira à TSF Manuel Lopes, Coordenador da Reforma do Serviço Nacional de Saúde na Área dos Cuidados Continuados Integrados, um familiar que cuide de um idoso dependente terá direito não só a horários flexíveis, mas também a certos benefícios fiscais.

Para Manuel Lopes, a reforma no sistema seria muito semelhante a alguns dos benefícios que já existem para quem cuida de crianças. "Nós criámos um sistema de apoio que flexibiliza o horário dos pais e conseguimos apoio; aqui o fenómeno é idêntico, até porque a sociedade portuguesa está cada vez mais envelhecida", explicou.


À rádio TSF, porém, o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, manifestou alguma preocupação relativamente com este estatuto de "cuidador informal". Porque a maior parte das empresas em Portugal são pequenas e médias, dificultando a flexibilização de horários por não existirem funcionários suficientes para compensar as ausência.

Mas João Vieira Lopes disse compreender a urgência de encontrar uma solução para as famílias nestas circunstâncias, já tendo sido notado que muitos trabalhadores têm dificuldade em cuidar dos seus idosos. O Ministério da Saúde estima que mais de 48 mil portugueses idosos estejam em casa, dependentes.

O responsável do Ministério da Saúde Manuel Lopes sublinha que está comprovado que ficar em casa junto da família durante o máximo tempo possível, desde que receba os cuidados adequados, é a melhor opção para um idoso, garantido maior qualidade de vida e sendo simultaneamente menos dispendioso para o Estado.