6.10.07

Inquérito europeu mostra que é difícil encontrar emprego em Lisboa e fácil arranjar casa em Braga

Catarina Sousa, in Jornal Público

Só 19 por cento dos inquiridos pelo Eurostat referem que a capital portuguesa oferece boas oportunidades de emprego. Praga é a mais bem colocada


Lisboa está integrada no grupo de cidades europeias onde é mais complicado encontrar boas oportunidades de emprego. Já Braga surge em terceiro lugar numa análise às possibilidades de encontrar bom alojamento, que integrou 75 cidades da União Europeia, Croácia e Turquia. Estas são algumas das conclusões a retirar do relatório de 2007 sobre As 268 regiões da União Europeia a 27 em factos e números, elaborado pelo Eurostat.

Numa análise mais detalhada, 68 por cento dos inquiridos responderam que em Braga "é fácil encontrar bom alojamento a preços razoáveis". Neste campo, a cidade bracarense é apenas ultrapassada pela urbe alemã de Leipzig (78 por cento) e por Aalborg (71 por cento), na Dinamarca.

Por comparação, Lisboa surge em 57.º lugar na tabela, porque apenas 12 por cento consideram que a cidade oferece boas oportunidades de alojamento. E é também em relação às oportunidades de emprego que a capital portuguesa aparece, mais uma vez, colocada entre uma das posições mais baixas da tabela, com apenas 19 por cento dos inquiridos a afirmarem que a cidade oferece boas ofertas de empregabilidade. O resultado coloca Lisboa em 61.º lugar, ultrapassada mais uma vez pela cidade bracarense, que surge na 53.ª posição.

Na área relativa ao emprego, contudo, apenas 27 por cento respondem que Braga oferece boas oportunidades. As conclusões do relatório apresentam Praga, a capital checa, como a cidade onde surgem as melhores oportunidades de emprego (75 por cento), seguida de Copenhaga (74 por cento) e Dublin (70 por cento). Nos piores lugares desta secção estão duas cidades do Sul de Itália, Palermo e Nápoles, e a cidade alemã de Frankfurt, todas com três por cento de respostas positivas.
No que se refere à densidade de estudantes no ensino superior em percentagem da população residente em idades entre os 20 e 24 anos, Lisboa é a região portuguesa onde os valores são mais elevados, representando um total de 84 por cento. Já a região autónoma da Madeira apresenta a taxa mais baixa, com 15 por cento. A região de Praga surge mais uma vez destacada, apresentando uma densidade de 150 por cento, seguida de Viena, na Áustria, e de Bruxelas e Valónia, ambas na Bélgica.

Outro factor analisado por este estudo foi a taxa de emprego feminino. Aqui, os Açores aparecem como a região de Portugal com a pior taxa de emprego feminino (apenas 47 por cento), enquanto a região Centro apresenta valores de 66 por cento, muito próximos daqueles que estão no topo da tabela, com 70 por cento, metade das quais no Reino Unido.

Estes inquéritos foram realizados em Novembro de 2006 e os dados recolhidos a partir de entrevistas telefónicas a 500 pessoas das 75 maiores cidades da União Europeia, Croácia e Turquia.