João Moniz, in Destak.pt
Ao longo de 2007, Estado pagou em média 458,92 euros a cada desempregado, menos 17,78 euros do que o subsídio atribuído durante o ano passado. Quebra de 3,7% fica acima da taxa de inflação.
O Presidente da República classificou ontem o desemprego em Portugal como «um fenómeno preocupante», que «pode conduzir a algumas situações extremas».
No dia em que visitou quatro associações que trabalham com situações de exclusão extrema, Cavaco Silva não quis alongar-se mais sobre este tema, mas admitiu abordá-lo mais tarde.
De acordo com o Eurostat, a taxa de desemprego no País chegou aos 8,2% em Outubro, contra os 7,2% da média da Zona Euro. No entanto, por não preencherem as condições exigidas, muitos dos mais de 400 mil portugueses sem trabalho não recebem subsídio de desemprego.
Em Novembro deste ano, segundo dados publicados no site da Segurança Social e consultados pelo Destak, apenas 252 433 pessoas eram apoiadas pelo Estado, menos 44 100 do que em 2006. A queda de 14,9% sobe para 16,4% (menos 49 522 beneficiários) se as contas forem feitas em relação a 2005.
Mais preocupante ainda será o facto de o valor dado pelo Estado estar a diminuir. Feita a média das prestações de desemprego ao longo de 2007 até Novembro, os 458,92 euros de subsídio representam menos 17,78 euros por mês do que em igual período anterior.
Refira-se ainda que esta quebra de 3,7% fica claramente acima da taxa de inflação prevista para este ano: 2,4%.
Indexante actualizado
O Indexante de Apoios Sociais (IAS), o referencial de actualização e cálculo das prestações sociais como as pensões, deverá situar-se nos 407,4 euros, o que traduz um crescimento de 2,4%.
PODERES PÚBLICOS E ATITUDE GENEROSA - Comunidade Vida e Paz, Casa de Saúde da Idanha, Associa-ção Acreditar e O Companheiro. Foram estas as quatro associações de solidariedade social ontem visitadas por Cavaco Silva, que elogiou a «força» dos seus voluntários. Além disso, o Presidente da República lançou um apelo ao Governo e às autarquias: «Os poderes públicos devem, na medida do possível, ter uma atitude generosa em relação a estas instituições.» Cavaco disse ainda que estas associações são «bons exemplos» a seguir pela sociedade no apoio «aos mais desfavorecidos e àqueles que sofrem de exclusão extrema».