in Jornal de Madeira
O Presidente da República (PR) considerou, ontem, o desemprego "um fenómeno preocupante" e admitiu abordar o assunto mais tarde.
"O desemprego é um fenómeno preocupante ao nível do País. Hoje (ontem) não quero misturar essas situações (do desemprego) com outras a que chamei de exclusão social extrema", disse Cavaco Silva, após visitar a Casa de Saúde da Idanha, do Instituto das Irmãs Hospitaleiras.
Segundo o Departamento de Estatísticas das Comunidades Europeias, a taxa de desemprego em Portugal, em Outubro, foi de 8,2 por cento, o que mantém o nosso País como um dos que apresentam piores indicadores neste domínio na União Europeia.
"O desemprego pode conduzir, de facto, a algumas situações extremas, mas cada coisa a seu tempo", concluiu.
O PR dedicou o dia a quatro instituições de solidariedade social, na área de Lisboa, que trabalham com casos de exclusão extrema.
E foi ao final da manhã, já depois de ter visitado a Comunidade Vida e Paz, na Venda do Pinheiro, e a Casa de Saúde da Idanha, do Instituto das Irmãs Hospitaleiras, que o PR fez um apelo ao Governo e às autarquias para que, "na medida do possível", tenham uma atitude generosa em relação às instituições de solidariedade social.
Cavaco Silva porta-voz do “descontentamento”
"Os poderes públicos devem, na medida do possível, ter uma atitude generosa em relação a estas instituições", sublinhou Cavaco Silva, que considerou as associações por si visitadas como "bons exemplos" a seguir pela sociedade no apoio "aos mais desfavorecidos e àqueles que sofrem de exclusão extrema".
Cavaco Silva foi o porta-voz de algum descontentamento dos responsáveis das instituições que visitou, dizendo ter ouvido queixas de "alguma incompreensão, às vezes, da parte dos poderes públicos" relativamente ao seu trabalho.
Com estas quatro visitas, em "tempo de Natal", o Chefe de Estado quiz "reavivar" o desafio feito em 2006 "para um compromisso pela inclusão social".