in Jornal de Notícias
O bispo católico suscitou a indignação de responsáveis médicos ao questionar a ultiidade do preservativo no combate à SIDA.
"Sabem muito bem, todos os cientistas sabem: em termos de tamanho, o vírus da SIDA é infinitamente mais pequeno do que um espermatozóide", afirmou monsenhor André Fort.
"Já está provado que o preservativo não garante, a 100 por cento, a prevenção da SIDA", afirmou o bispo de Orleães, aos microfones da rádio local da Radio France.
"Está escrito em maços de cigarros: 'perigo'. Deveria estar escrito nas caixas de preservativos: 'fiabilidade incompleta'", adiantou.
Estas palavras do bispo francês surgem cerca de uma semana depois de o papa Bento XVI, no início de uma visita a dois países africanos, ter afirmado que a SIDA não pode ser resolvida com a distribuição de preservativos.
Horas antes de aterrar na capital dos Camarões para a primeira visita ao continente africano, Bento XVI defendeu que a solução para o problema da SIDA não passa pela distribuição de preservativos, considerando que a sua utilização agravará o problema.
"Sinto-me consternado com esta posição (do bispo francês), na qualidade de médico, cientista e médico católico", disse o director da Agência de Investigação da SIDA francesa, Jean-François Delfraissy, à Radio France Info.
O que o bispo de Orleães afirma "é completamente falso", frisou. "Temos dados que demonstram que o preservativo é um elemento fundamental para bloquear a passagem do vírus da SIDA durante o acto sexual. É um facto adquirido", sublinhou.