27.3.09

Pedidos de RSI mantêm-se, mas aumentam subsídios de Cooperação Familiar

in Diário de Notícia

A directora da Segurança Social da Madeira afirmou hoje que a crise ainda não teve reflexos nos pedidos de apoio do Rendimento Social de Inserção (RSI), mas houve um aumento de 33 por cento nos casos de Subsídios de Cooperação Familiar.

Em declarações à agência Lusa, Bernardete Vieira realça que os serviços na região estão a trabalhar para garantir às famílias apoios para evitar situações de pobreza absoluta por perda de rendimentos.

Apesar do número de pedidos de RSI estar estável na região, "se a economia não reanimar" a partir do final deste ano aumentará o número de pobres no arquipélago a precisarem deste tipo de apoio.

Esta responsável recorda também que, de acordo com os últimos dados disponíveis, em Dezembro de 2008, 2544 famílias na região estavam a receber o RSI, sendo que o número até desceu para 2536 em Janeiro e para 2519 em Fevereiro deste ano.

"O que temos é uma outra situação que são mais famílias a pedir o Subsídios de Cooperação Familiar", uma ajuda destinada a famílias que não estão num limiar do RSI, mas que enfrentam o problema de perda de rendimentos por desemprego ou divórcio e precisam de apoio para pagar as despesas básicas fixas, explicou.

A responsável madeirense adianta que "têm aumentado também as famílias monoparentais" no arquipélago, com todos os problemas financeiros que daí advêm, sendo que, em 2008, 605 famílias auferiam deste subsídio.

"As outras situações relacionadas com perda de rendimentos ainda não chegaram ao ponto de pedir apoios da Segurança Social, visto que, ou estão a receber subsidio de desemprego ou o de cooperação familiar", argumentou.

Bernardete Vieira salienta que a Segurança Social "não apoia agregados que não têm rendimentos porque têm vencimentos hipotecados, sendo hoje um grande problema o endividamento das famílias".

"É evidente que a crise já chegou também a esta região", opina, sublinhando que o desemprego começa a dar índices de crescimento, só que as pessoas ainda estão no prazo para receberem subsidio de desemprego, pelo que "apenas em finais de 2009 e em 2010, se a economia não reanimar a Madeira corre risco de ter novos pobres na medida do RSI".

Por outro lado, se "as políticas que estão a ser desenvolvidas no arquipélago no âmbito do emprego produzirem efeitos, provavelmente a região não vai sentir pobreza extrema", considerou.

Garante também que os serviços da Segurança Social na região estão a "monitorizar todas as situações, a nível subsidio de desemprego e das medidas extraordinárias que financia, por forma a poder responder às famílias que fiquem sem rendimentos".

"De acordo com a projecção que fizemos, garantimos às famílias, subsídios no sentido não entrarem na situação de pobreza absoluta por perda de rendimentos, desde que não seja por estarem hipotecados", destaca.

A directora regional aponta ainda que "não há família nenhuma na região que não tenha rendimentos ou apoio da Segurança Social, ou RSI ou complemento familiar, pelo que a situação da pobreza na região está minimamente controlada".


AMB

Lusa