por C.A.P., in Diário de Notícias
É a outra face da progressiva entrada do sexo feminino no mercado. O número de homens empregados caiu, nos últimos dez anos.
As mulheres ainda são minoritárias no mercado de trabalho mas representavam, no ano passado, uma fatia de 46,2% de toda a população empregada, contra 45% em 2000, segundo dados apresentados no estudo de António Casimiro Ferreira.
Entre 1999 e 2008, o crescimento do emprego apresentou taxas muito reduzidas, sobretudo devido à evolução da população masculina, que, em quatro dos dez anos analisados, apresentaram taxas de variação negativas. "O crescimento do emprego é sustentado principalmente pelo emprego feminino", conclui o autor.
Cálculos do DN mostram que nesta década o emprego entre os homens cresceu, em média, 0,3%. Já entre as mulheres não parou de crescer, para atingir a taxa média de 1,1%.
Por classes de idade, revela o estudo realizado por António Casimiro Ferreira, deu-se uma redução significativa da percentagem de empregados jovens entre os 15 e os 24 anos, "a que possivelmente não será alheia a entrada mais tardia no mercado de trabalho, devido ao prolongamento dos estudos". Já no escalão de maiores de 45 anos, a tendência é inversa e regista um crescimento sustentado.
A maior dinâmica de criação de emprego feminino não tem garantido às mulheres as melhores condições de trabalho. Dados do INE referentes ao ano passado mostram que as mulheres ganham, em média, 81,9% do que ganham os homens, e que esta proporção está a cair há dois anos, consequência da maior exposição à precariedade.