24.3.09

Exportações da região Norte para a UE desceram menos do que a média nacional

Aníbal Rodrigues, in Jornal Público

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional constata que passagens a inactividade permitiram que o desemprego e o emprego descessem em simultâneo


As exportações da região Norte para os países da União Europeia (UE) continuam em queda, mas, ainda assim, registam perdas menores do que a média nacional.

No último trimestre de 2008, e comparativamente com o período homólogo de 2007, as exportações da região Norte para os países da UE sofreram uma quebra de 9,3 por cento. O que se explica pela perda de dinamismo da economia comunitária, que teve um reflexo ainda mais pesado a nível nacional, com a descida a atingir uns mais expressivos 16,4 por cento no mesmo período. Do mesmo mal se queixarão outros países da comunidade, já que as importações oriundas da UE com destino à região Norte também registaram uma queda de 7,9 por cento no quarto trimestre de 2008, comparando com igual período de 2007.

Todos estes dados constam do relatório Norte Conjuntura, elaborado trimestralmente pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Norte. Do ponto de vista do comprador, o dado mais positivo deste documento é o que diz respeito ao comportamento da inflação na região Norte. Esta, medida em termos homólogos pela variação dos preços no consumidor, registou um abrandamento no último trimestre de 2008, fixando-se em 1,8 por cento, contra a média de 3,4 por cento no terceiro trimestre do ano transacto.

Segundo o relatório elaborado pela CCDR, a causa principal para esta desaceleração na inflação verificou-se nos preços dos transportes, cujo crescimento passou, em termos homólogos, de 3 por cento no terceiro trimestre para menos 2,9 por cento na média do quarto trimestre.

Ao nível do emprego, o último trimestre de 2008 saldou-se numa quebra de 0,8 por cento, o que significa menos 14 mil pessoas empregadas, configurando aqui um resultado semelhante ao verificado no terceiro trimestre.

No entanto, de um modo análogo ao que já apurara o anterior relatório da CCDR, também o desemprego diminuiu. A taxa de desemprego fixou-se nos 8,7 por cento no último trimestre de 2008, ao passo que no trimestre anterior e em período homólogo de 2007 ela era de 9,1 por cento. Este aparente contra-senso - o emprego e o desemprego a descerem em simultâneo - explica-se pela passagem de um nível significativo de indivíduos (empregados e desempregados) que eram considerados população activa para situações classificadas como sem actividade económica. Este grupo engloba, principalmente, reformados, estudantes, inválidos e domésticos.

No último trimestre de 2008, verificou-se, na região Norte e face ao mesmo período de 2007, um crescimento de 9,6 por cento do emprego para pessoas com habilitações ao nível do ensino superior. Já os cerca de 14 mil empregos que se perderam neste mesmo período, de novo em comparação com os últimos três meses de 2007, dizem respeito a indivíduos cuja escolaridade não ultrapassa quando muito o nono ano de escolaridade.

14 mil é o número de pessoas que perderam o emprego na região Norte no último trimestre de 2008, segundo a CCDR.