27.3.09

Crise económica pode travar ampliação da UE

in Jornal de Notícias

Alemanha justifica pausa na entrada, mas os Balcãs recusam pagar preço


Perante a recessão e as incertezas sobre o futuro institucional da UE, alguns países europeus, como a Alemanha, querem travar a entrada de novos estados, mas os Balcãs recusam "pagar" o preço da crise económica.

Dez dias depois de a chanceler alemã, Angela Merkel, falar sobre uma "pausa" na ampliação da UE depois da entrada da Croácia, prevista para 2010 ou 2011, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União vão reunir-se, amanhã, na República Checa, com as nações a que prometeram a adesão: Croácia, Macedónia, Montenegro, Albânia, Bósnia e Sérvia.

A chanceler alemã justificou a pausa pela necessidade para a UE de aprender a funcionar com o Tratado de Lisboa, que deve entrar em vigor no início de 2010, antes de receber outros membros.

"A história provou que a ampliação da UE faz sentido, não apenas no âmbito político, mas também no económico", declarou, esta semana, em Bruxelas, o vice-primeiro-ministro sérvio, Bozidar Djelic.

O comissário europeu para o Alargamento, Olli Rehn, citou o exemplo da Turquia - cujas negociações de adesão à UE estão quase paralisadas - para apelar aos europeus a cumprirem com as promessas feitas aos países balcânicos. "Precisamos de evitar que o mesmo aconteça com os Balcãs, que são ainda mais frágeis", advertiu, expressando preocupação com a possibilidade de estes países se tornarem os "bodes expiatórios" das crises económica e social.

De acordo com vários dirigentes europeus, a UE não vai alinhar na posição alemã, que só seduziu até agora a Holanda e a Bélgica.